Capítulo 1

38 3 0
                                    

Era véspera de Natal, Eve e Scott convidaram Fred e Samantha, também Alfred e sua esposa para passarem a ceia juntos. A neve castigava a cidade de New York, a temperatura estava a muitos graus abaixo de zero, por sorte o sistema de aquecimento do apartamento cumpria o seu papel perfeitamente, deixando o clima agradável. As vezes até mesmo se esqueciam de que lá fora fazia um frio terrível. A lareira dava apenas um toque de charme ao recinto que também estava decorado com uma bela árvore de Natal, decorada com esmero por Eve, assim como fazia todos os anos.

Alguns presentes ao pé da árvore completavam a decoração, no entanto, Eve sentia a falta de crianças correndo e gritando pelo local, algo que nunca existiu na vida do casal. Ela sabia que nunca seria mãe e que nunca teria a felicidade de ser chamada de vovó. Isso às vezes machucava o seu coração, mas ela não demonstrava, pois sabia que Scott também sofria com isso. Alfred também não tinha crianças, seus filhos que moravam na Europa já estavam casados e só chegariam de viagem na manhã seguinte. Fred e Samantha começavam a se preparar para a chegada do primeiro filho, a moça estava grávida de cinco meses e sua barriga já não passava mais despercebida.

Eve preparou uma ceia maravilhosa, conforme manda a tradição, o peru assado como protagonista da mesa. Todos comeram enquanto conversavam alegremente, nada de crimes a serem resolvidos, nem serial killers agindo na cidade por aqueles dias. Scott estava teoricamente de folga e esperava que isso continuasse assim ao menos durante as festas de final de ano.

— Vocês não sentem a falta de um filho nessa época do ano? — perguntou Georgia, a esposa de Alfred querendo saber como era a vida sem crianças por perto.

Eve já estava cansada de responder a tantas perguntas sobre o assunto, mas não queria ser mal-educada justamente com a esposa do chefe de Scott e estragar o clima de paz que havia naquele momento.

— Se eu dissesse que não, estaria mentindo. Eu sonhava em ser mãe, quando via outras mães segurando seus filhos no colo eu imaginava o dia que seria a minha vez. Foi um choque muito grande quando o médico me disse que eu jamais poderia gerar um filho. Foi tudo muito difícil para Scott e eu, mas somos felizes mesmo assim. Nunca quisemos adotar uma criança, sei que essa seria uma opção, mas eu nunca me vi criando uma criança que não saiu de dentro de mim. Claro, seria diferente se eu tivesse uma irmã e ela viesse a morrer deixando um filho órfão, eu cuidaria com todo amor. Ou um afilhado também. Acho que foi melhor assim.

Samantha e Fred aproveitaram a deixa para fazerem o convite que já estava programado para ser feito nos próximos dias, também serviria para mudar de assunto e tirar Eve daquela situação embaraçosa.

— Aproveitando esse momento especial, Samantha e eu temos um convite para fazermos a vocês, Eve e Scott.

Todos olharam atentamente para ouvir o que ele tinha a dizer.

— Queremos que vocês sejam os padrinhos de nosso filho que está a caminho. Vocês aceitam? — perguntou Samantha.

— Mas é claro que sim. Não é mesmo, Scott? — falou emocionada, incapaz de impedir que uma lágrima de emoção caísse de seus olhos.

— Com certeza, tenho muito apreço por Fred e Samantha nos ajudou a solucionar um crime. Serei sempre grato a ela.

— Eu é que devo a minha vida a você, Scott, também foi por causa de tudo isso que Fred e eu nos conhecemos. Se não fosse por você talvez eu não teria conseguido escapar daquele assassino.

— Isso é verdade, me apaixonei por você desde a primeira vez em que a vi. Também agradeço Scott por ter salvado aquela que viria a ser minha futura esposa.

Os seis continuaram conversando, beberam algumas taças de champanhe, trocaram presentes e por volta de uma hora da madrugada, Alfred decidiu ir embora.

Assassinato no condomínio (degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora