BÔNUS: COM AMOR, AARON.

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Como o prometido... Obrigada pelos 20K de visualizações de "Com todas as partes do meu coração"... Aproveitem o bônus <2 

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"Sinto sua falta.

Foi a primeira mensagem que eu recebi e você, então não vejo forma melhor de começar essa carta, senão da forma que conheci você. 

Sinto sua falta.

Uma vez minha filha me perguntou como eu conheci a mãe dela. 

Então eu contei sua história. 

Disse a  ela que uma doida me enviava mensagens de amor todos os dias e que, no fundo, eu não as apagava porque eu realmente estava solitário. Contei sobre você, Aurora, e sobre seu ótimo gosto musical e sobre seu péssimo gosto para café. 

"Cante a música para mim, papai."

Eu cantei aquele refrão. Várias e várias vezes durante minha vida. Minha menina também pediu que eu a levasse para tomar o café. Ela também tem um péssimo gosto e adorou o sabor... Deve ser mau de Aurora...

Ah sim, não poderia dar um nome diferente para ela. 

Voltei ao parque todos os dias para alimentar os patos, por você, Aurora. Você tinha dito que era importante, então eu fui lá. 

Foi a melhor coisa que você fez por mim, sabe? Me mandar para alimentar aqueles malditos patos ingratos. 

Nora. 

É o nome dela. A mulher do parque. Aquela que eu achei que era você.  

Ela também alimenta os patos, todos os dias... A história por trás disso também é bem triste. Nora tinha um irmão, ele era 6 anos mais novo e amava alimentar os patos. Ele teve câncer ainda criança, não tinha o que fazer e ele pediu a ela que alimentasse os patos por ele. 

Nora, ela é linda. É a mulher mais linda que já vi na vida. Muito inteligente e formada em secretariado. Ela precisava de um emprego e eu precisava de uma nova secretária. 

Eu sabia do perigo que estava me metendo. Nora é linda, doce, inteligente, confiante, independente e com qualidades que poderia lotar um dicionário. Eu poderia fazer um livro de adjetivos para descrevê-la, sem repetir uma única palavra. 

Nos víamos todos os dias. Nos encontrávamos no parque e eu passei a dar carona à ela, íamos para o mesmo lugar mesmo... Não muito tempo depois, íamos juntos para o parque, pois já estávamos morando juntos em meu apartamento. 

Nora e eu não gostamos de patos. 
Aurora gosta. Ela parece gostar de tudo o que você gostava. 

Aurora foi o acidente mais lindo da minha vida. Aliás, ambas as Auroras foram acidentes, não é mesmo? Você e minha pequena, que já não é mais tão pequena assim.  

Como era mesmo o refrão daquela música?

Ah sim... Algo sobre crianças sorrindo e tinha uma parte que dizia que os cabelos se tornariam brancos novamente... Meus cabelos foram ganhando essa cor. A cor da idade. 

Nora foi mais vaidosa, os pintava a qualquer sinal de tons brancos. 

Aurora, Nora também se foi. 

Eu pude entender o que Dorian sentiu quando você partiu. Mas também entendi o quanto fui mil vezes privilegiado. Tive Nora por 42 anos e sete meses. Dorian teve você por pouco tempo. 

Ele está bem. Não precisa se preocupar com ele. Não tivemos muito contato depois de tudo, mas fui ver ele depois que Nora se foi... Precisava saber como ele tinha lidado com a dor. 
Ele tinha se casado também, tinha um filho já crescido e disse que a dor nunca passa de verdade, você só aprende a conviver com ela.
 

Essa é uma carta de agradecimento. Mesmo que sem querer, você fez com que minha vida valesse a pena de ser vivida. 

Com amor, Aaron. "

— Pronta? - Dylan pergunta, segurando a última caixa nas mãos. 

— Sim...- Dobro a carta e a coloco no bolso de trás da calça. 

— É a última caixa, sentiu falta de algo?

— Não, está tudo aqui... 

— Olha só...- Vejo um sorriso se formar no belo rosto do meu amigo. — É você? - Ele retira um porta retratos de dentro da caixa e mostra uma foto de quando eu era pequena e meu pai me levou para ver um aurora boreal pela primeira vez. 

— Quem mais seria? Otário... - Limpo uma lágrima que teima em escorrer. 

— Vai ficar tudo bem... 

— Vai sim... - Olho para o quarto da casa onde meu pai passou a morar depois que minha mãe se foi. Ele não queria que eu me preocupasse com ele em nada. Comprou essa pequena casa luxuosa onde as luzes tocam o chão e contratou bons cuidadores para ele. Estava tudo bem... Até que eu recebi um telefonema há dois dias atrás. 

— Vai vender essa casa? - Dylan olha ao redor, ele sabe que eu não gosto que me olhem quando estou chorando. 

— Eu não sei... Talvez eu crie um lar de idosos... Seria legal... Ou um orfanato. 

Dylan é órfão desde criança. 

Eu me tornei órfã também... A palavra pesa na consciência... 

— Seria legal... Vou colocar isso aqui no carro, te espero lá. 

— Ok... Obrigada por vir até aqui comigo. - Estávamos bem longe de Nova Iorque, mais precisamente em Tromso, na Noruega... Meu pai e suas-

— Aurora! - Dylan grita do lado de fora da cabana luxuosa. 

— Que foi?

— Olha a janela, Aurora... - Vou até a janela mais próxima e olho para cima... 

Auroras

— Auroras... - Dylan sorri, parado na porta, olhando para cima totalmente encantado.  — Nunca tinha visto... Obrigada por me trazer aqui, chefe. 

Ah sim... Papai se aposentou há anos, então todas as empresas são minhas... Dylan é meu vice. 

Dou um pequeno sorriso para ele...

— Hora de ir. - Pego as chaves em meu bolso para trancar a casa até decidir o que fazer com ela. 

Hora de ir... 

Meu celular vibra em meu bolso me alertando de uma nova mensagem. 

"Sinto sua falta, filhota 
Com amor, Aaron"
05:40 pm

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