Capítulo 1 - A estranha garota

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Doni sabia o preço que aquilo causaria em sua alma e para a surpresa de sua madrinha ela não tinha hesitado em nenhum momento. Ela cravou a adaga em sua madrinha sem delicadeza ou qualquer sinal de carinho pela mulher que a ajudou cria-la.

- Não é um adeus .- sussurrou vendo o rosto da mulher empalidecer - Eu vou conseguir, madrinha.

Quem olhasse a cena de fora diria que a jovem não estava sofrendo, mas bastava um olhar com atenção para ver as mãos dela tremendo e seus lábios abertos como se um grito silencioso estivesse saindo.

E de fato estava.

A jovem Potter mascarava bem sua dor, na verdade as vezes ela parecia não se abater com nada. E talvez por isso era tão difícil para a senhora Potter entender como ela estava tão bem depois de perder a madrinha.

Doni Potter diferente da família com quem estava morando odiava jantares em família ou ter que sentar à mesa com pessoas falantes demais. E em sua primeira noite na nova casa ela já tinha recusado o convite para jantar com a família feliz e o convidado que já pertencia a família.

De primeira a senhora Potter tinha entendido aquilo como um sinal de " estou muito abalada para jantar com vocês ", mas logo em seguida quando a viu escrever uma carta sorrindo entendeu que ela não estava tão triste assim.

- Ela é um pouco mais estranha do que eu lembrava. - comentou a senhora Potter se recolhendo para ir dormir.

O marido a olhou meio culpado por falar mal da jovem, entretanto não pode deixar de concordar:

- Ela é um tanto exótica.

Os dois riram.

- Eu nunca pensei que fosse possível alguém usar tantos tons de vermelho.

- ela vai ter que mudar o vestuário quando for para Hogwarts.

- por que? - perguntou a senhora Potter não compreendo o marido.

- ela vai cair na sonserina, você não acha?

- Não. - respondeu - Ela pode ser meio problemática, mas ainda assim é a garota mais corajosa e leal que eu já conheci.

- leal?

- ela seguiu a madrinha cegamente durante todos esses anos e ela poderia ter escolhido não ficar com ela.

A jovem realmente era fiel a madrinha até seu último fio de cabelo, não existia ninguém que pudesse discordar. Desde criança a jovem sempre que podia ajudava a madrinha com suas confusões e a seguia por os caminhos mais trevosos. E não era porque era obrigada e sim porquê confiava nela.

Alguns quartos à frente, James e Sirius também falavam sobre a nova moradora da casa. James não parava de amaldiçoar a prima e Sirius parecia um cachorro apaixonado.

- Que Merlin perdoe, mas aquele demônio pode fazer o que quiser comigo. - comentou Sirius - Por que você escondeu ela por tanto tempo?

James olhou sério para o amigo e por fim jogou uma almofada nele.

- Deixa eu ver... Porque ela é uma adoradora de magia negra ou porque ela tentou me matar quando tínhamos oito anos.

Uma risada melodiosa e alegre invadiu o quarto assustando os dois.

- Eu não tentei te matar. - E lá estava ela com seus lábios esticados em um dos seus típicos sorrisos macabros e seu pijama vermelho de flanela.

James ergueu uma das sobrancelhas e riu maroto deixando claro que os dois possuíam línguas afiadas demais.

- Então o que você estava tentando fazer quando me empurrou da escada? Tentando me abraçar?

CRUCIO • A JORNADA DE UMA POTTER •Onde as histórias ganham vida. Descobre agora