XI

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Os seus olhos permanecem apagados,
Pois brilho não mais lhes cai bem.
Foi-se tarde, já estou condenado,
Tornei meu amargo futuro, refém.

Preparo a cama para a dor,
Todos os dias, meu coração vence-a.
Abrindo caminho para o mal se sobrepor,
Já que abandono por completo a decência.

Não sei se distintos prantos me comovem,
Ninguém sai ileso da escuridão.
São pessoas que pelos olhos chovem,
Enquanto permaneço nessa irrefutável solidão.

Sinto-me preso em um círculo vicioso,
Dias e noites não têm mais arrojo.
O espelho revela um homem temeroso,
E dessa minha covardia, tenho nojo.

Chão de giz (Concluído) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora