— Acabei, acabeeeeei. Vamos logo. — disse puxando sua bolsinha.— Já chamei o Uber.

Concordamos. Peguei minha bolsa pequena com alguns documentos, dinheiro e telefone. Dei uma última olhada no espelho e ajeitei um pouco meu short desfiado. Descemos as escadas já tarde da noite. No Brasil já deveria ser quase dez da noite.

Quando chegamos do lado de fora um Renalt prata nos esperava.

— Não dá papo pro uber não. Conversar com gente assim é arriscado. — concordei.

Entrei nos bancos de trás junto a Coko que foi ao meu lado. Jéssica sentou na frente ajeitando seu cabelo.

— Boa noite.

— Boa noite.

—Tudo bem?

— Ai não não. Menino de Deus esses dias me deu uma dor no nervo ciático que só Jesus me ajudou. Fui na Upa, mas não deu nada. Uma falta de equipamentos. Esse governo é uma vergonha...

Olhei para Chloe que revirava os olhos enquanto eu não entendia nada do que ela falava. Passei a viagem toda calada, apenas a vendo se enturmar. Olhei meu telefone e Mason havia mandando uma foto onde estava ele e nossos filhos que estavam dormindo.

"Foi um dia cansativo. Sentimos sua falta"

Sorri.

" Também estou sentindo."

Respondi enquanto nem me dei conta de que o carro havia parado.

— Obrigada Rafael. Espero que você consiga aquela vaga no Sisu e relaxa que essa coisa de mãe com raiva acontece mesmo e que seu cachorro volte a latir rápido. Até mais. — acenamos pra ele.

Descemos de frente a um local que estava cheio de pessoas saindo e entrando com latas vermelhas ou amarelas na mão. Olhei para Chloe que esperava a irmã que retocava o brilho labial.

—Onde que vai ser? — questionei vendo diversas pessoas no meio da rua.

— Aqui na rua. — Apontou para o fim dela onde havia um enxame de pessoas.

Olhei para a irmã de Chloe que colocava o celular no sutiã.

— E não tem perigo de por acaso a polícia vir e começar uma bagunça? — questionei preocupada.

— Tem, por isso eu espero que suas pernas estejam bem resistentes para caso der algo errado conseguirmos correr. — Jéssica respondeu simplesmente. — Aproveitem que hoje não somos de ninguém. — falou a nós assim que puxou a mão da irmã.

Peguei a mão de da Chloe as pressas para que eu não me perdesse e caso isso acontecesse eu não saberia nem chegar em um posto de gasolina.

Olhei para todas aquelas pessoas. O som estava extremamente alto e as mulheres, como Chloe disse estavam descendo até o chão balançando a bunda freneticamente. Em outro canto havia homens que dançavam sincronizadamente batendo o pé no chão e dado rodopios alternados.

Havia um paredão de som enorme que tocava músicas com batidas extremamente altas.

— Toma. — olhei para Jéssica.

A mesma vinha com 3 bebidas na mão e alguns copos descartáveis.

— O que é isso? — Questionei a Irmã de Chloe que me entregava uma latinha vermelha com dourado.

— Latão 3 por 10. — me entregou uma. — Doida pra voltar pra casa carregada. — disse rindo rebolando e descendo até o chão no ritmo da música.

Vivendo estações : Primavera ® - Volume 3 #wattys2020 Wattys 2020Where stories live. Discover now