— Filha – Falou com sua voz macia, acariciando minhas costas. — Que bom que você está aqui, filha. – Mordi os lábios, me permitindo relaxar em seu abraço de urso e em sua voz doce. O abraço de felicidade e comemoração durou mais alguns segundos, até que Emma pulou nos braços de meu pai.

  Observei a cena com coração acelerado. Os olhos marejados, a voz alegre, parecia que o sol tinha parado para ver a cena, pois os raios quentes banharam os fios castanhos de papai, deixando quase ruivo. Me virei para olhar Dilan. Ele se apoiava no capô de seu carro, os braços cruzados, um sorriso bonito e calmo nos lábios. Caminhei até ele sem pressa, não desviando de seu olhar intenso nem uma sequer vez.

— Que tal aquela conversa agora? – Indaguei afundando minhas mãos em seus cabelos e juntando nossos lábios. Seu beijo é doce e cuidadoso, assim como suas mãos que me abraçam com carinho.  É fácil sentir a eternidade nos lábios de Dilan, algo como o próprio universo.

Adoraria que aquela tarde durasse para sempre. Sinto que estou me despedindo da minha adolescência nela, mas não é um sentimento ruim, é bom.

    Sorri ao me afastar de Din. Foi fácil entender porque esse céu com cores laranjas parece mais intenso, é porque Din está aqui. Me tocando e beijando, algo que desejei durante muitas tarde mornas como essas.

— Por mim tudo bem. – Comentou abraçando minha cintura. Apoiei meu corpo no seu, colocando as mãos em cada lado do capô. Din riu, aquela posição era engraçada. — Depois disso vamos espiar o Trevor e Melanie? – Indagou no meu ouvido, e dessa vez eu ri.

— Óbvio. – Toquei seu joelho com o meu, beijando seu queixo. Din sorriu ao mesmo tempo em que me puxava para um selinho. — Agora ligue para seus pais. Vamos para o Candy's. – Mandei me afastando e deixando o menino, que estava apoiado no capô do carro azul-marinho, rindo.

— Lory, querida, seu pai falou que vocês vão morar em Fog City. Estou contente por isso, moramos lá. –  Emma comentou me entregando um sorriso doce. Prendi os cabelos em um coque, mordendo os lábios.

— Eu sei. Vamos visitar vocês no tempo livre. – Avisei com calma, ajeitando o coque mal feito. — Ah, e Molly me falou que Noah comeu grama, isso é sério? – Perguntei-lhe confusa. Antes que pudesse receber uma resposta, uma criatura pequena e com bochechas gordas abraçou minhas pernas. Peguei Noah no colo, encarando seus olhos verdes.

— Eu comi. – Revelou rindo. — Molly brigou comigo quando ofereci para ela. – Espremi os lábios para evitar de rir, acho que não sou uma irmã madura.  Apertar suas bochechas foi a única saída para não rir do ato mal pensado dele.

— Não faça isso novamente – Avisei enquanto ele reclamava, mas foi impossível não pensar no gosto que grama têm.

Deixei Noah com Emma, avisando para eles que iríamos para o Candy's. Mandei uma mensagem para mamãe pedindo para ela ir lá quando todos concordaram.  Entrei no carro de Din, observando Emma que dirigia no carro de papai para irem ao Candy's.

— Eu também queria ter olhos verdes como os do Noah – Murmurei colocando o cinto. Observei Dilan ligar o ar e fechar as janelas. Limpei a garganta quando o ar gelado bateu em minhas bochechas.

— Eu amo seus olhos castanhos – Comentou me pegando de surpreso. — Castanho é sua cor, Lory. Os cabelos longos, os olhos tão carregados de coisas e com cor avelã, essa é você. E não consigo te imaginar com outra cor. Você e incrivelmente perfeita e eu amo seus tons castanhos. – Pisquei lentamente, observando o menino que saia do estacionamento do hospital.

   O sol batia na janela do carro, mas ainda sim, os cabelos de Dilan eram iluminados pelos raios solares. Com o coração descontrolado, pedi para ele parar de dirigir e continuar no estacionamento. Din fez o que foi pedido, deixando a mão sobre o volante e me encarando.

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