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Alice- Meu marido vai ficar bem?

FP- Vai sim. Ele já foi medicado e está em recuperação.

Alice- Que ótimo.

FP- Senhora Cooper, posso lhe fazer uma pergunta?

Alice- Sim?

FP- Qual é seu sobrenome de solteira?

Ele lembra.

Alice- Smith.

Seus olhos parecem chegar a uma conclusão.

FP- Eu sinto muito. Minha mãe ficou doente e eu não podia voltar, mudei meu celular e não tinha mais seu número, eu...

Alice- Eu só quero saber do meu marido. Isso foi a muito tempo. Não importa mais. Se meu marido apresentar algum estado de melhora me chame, vou estar lá fora com a minha filha.

Saio dali o mais rápido possível. Eu queria saber o que aconteceu. Mas não iria bancar a apaixonada chorona.

Vou em direção ao banheiro e lá desabo. Ele voltou. E ele é médico. E ainda mais bonito. Que droga.

Betty- Mãe? Está tudo bem com o pai? 

Alice- Tudo sim querida, digo enxugando as lágrimas.
Betty-Vamos lá fora, eu pego um café pra você.

Sento na cadeira e espero Betty trazer meu café.

Alice- Você é um anjo querida, obrigado.

Ela me abraça.

...

Betty- Jughead? O que faz aqui?
Jughead- Betty? Senhora Cooper? O que houve? Eu vim ver o meu pai.

Betty- Meu pai teve um AVC, mas está tudo bem. O seu pai está doente?

Jughead- Nossa, sinto muito. Meu pai é médico.

Eu escuto aquelas palavras e a vontade de chorar vem de novo. É claro, ele só poderia ser filho do FP. O destino parece que adora brincar comigo.

FP- Oi garoto, eu...

Jughead- Oi pai. Essa é a Betty, que eu tinha te falado. E essa é a mãe dela, a senhora Cooper.

FP- É, eu sei, estou cuidando do pai da Betty.

Betty- Ele está melhor?
FP- Os exames afirmam que sim, mas ele ainda não acordou.

FP- Jughead, diga para a sua mãe que vou ficar de plantão. Entrega isso pra ela, ela pediu pra mim comprar isso mais cedo.

Jughead- Está bem. Tchau Betty. Tchau senhora Cooper.

Betty- Mãe, eu posso ir com Jughead? Aí eu passo em casa, tomo um banho e depois volto aqui com uma sacola de roupas para você e para o pai.

Alice- Claro querida.

Betty- Você vai ficar bem?
Alice- Sim, pode ir.

Assim que ela sai do hospital eu já me arrependo de ter deixado ela ir.

FP está na minha frente, me olhando.
Tomo mais um gole do meu café e não olho para ele. Acho que não consigo fazer isso sem chorar.

FP- Alice.

Levanto o olhar, ele parecia estar tentando achar as palavras certas para dizer o que sentia.

FP- Eu queria ter voltado.

Alice- As pessoas querem muita coisa.

FP- Não seja fria comigo, por favor.

Alice- O que você quer? Que eu me derreta aos seus pés e diga que eu fiquei te amando e esperando você voltar? Que eu fiquei anos sem me envolver com ninguém na esperança de que você voltasse? Que só quatro anos depois de você ter ido embora, e nunca mais ter dado notícias, que eu percebi que você não voltaria mais? E que eu tentei seguir em frente mas que nunca consegui me sentir completa de novo? Você quer o que FP? Que droga.

Eu já estava chorando.

FP- Ali eu não imaginava que...

Alice- Você não tem o direito de me chamar assim. Nós só moramos na mesma cidade de novo, não sou obrigada a te aturar. Se tiver notícias do meu marido, mande outro médico me chamar, não quero mais você cuidando dele.

Saio dali e vou lá fora respirar um pouco. Eu precisava de ar puro. Precisava pensar. Meu marido precisa que eu seja forte agora, por mim e por ele. Eu não posso me dar o luxo de desmorronar. Eu preciso ficar forte. Ele é só mais um babaca no mundo, não preciso me importar com ele.

...

Passo a noite ali, ao lado do meu marido.
Eu tentava e tentava, mas é definitivamente impossível não pensar no FP.
Meu coração sempre desejou que ele voltasse, mas nunca imaginei o que eu sentiria ou se quer como seria se ele voltasse.
Quando eu olhei para ele, eu senti ódio. Mas não sei de foi de mim ou dele.
Eu preciso ser uma mulher adulta agora, não posso ficar sofrendo por isso.
Eu e ele seguimos em frente e possuímos nossas famílias. E nossos filhos são colegas na escola. Essa é a nossa única ligação.

FP Jones pov.

Vou para casa, dirijo devagar.
Preciso organizar meus pensamentos.

Eu realmente não sabia o que falar pra ela, eu tenho tanta coisa pra falar. Tanto sentimento guardado. Eu queria ter voltado. Mas não voltei. Eu tenho meus motivos, mas eu poderia ter dado um jeito, ou pelo menos ter entrado em contato com ela. Mas não fiz. Não fiz por medo. Por medo que ela me odiasse. E agora ela me odeia.

Eu não sei o que fazer.

...

Gladys- Está tudo bem amor?
FP- Não.
Gladys- O que aconteceu?
FP- Eu vi um fantasma.
Gladys- Quer conversar sobre?
FP- Obrigado pelo apoio, mas eu só quero ficar sozinho.
Gladys- Tudo bem.

...

Não consegui dormir a noite inteira. Tudo veio a tona. Não consigo pensar em nada coerente.
A imagem da Alice chorando insiste em não sair da minha mente. Eu nunca quis fazer ela sofrer. Deus, ela é a pessoa que eu mais quero bem. E a culpa dessa dor que ela sente é minha.

Passo a mão pelos cabelos. Preciso de um banho gelado.

Alice pov.

Vou até o hospital.

Alice- Bom dia, está melhor?
Hall- Estou sim, mas preciso ficar em observação.
Alice- Com certeza, eu não iria te deixar trabalhar, preciso de você bem.

Hall- A maquiagem ajudou, mas você não conseguiu esconder completamente o rosto inchado. Chorou a noite? Por que?

Alice- Ah Hall, você me conhece tão bem. Eu te amo.
Mas eu preciso resolver isso sozinha, comigo mesma. Quero que você se preocupe apenas em se recuperar.

Hall- Eu também te amo, e saiba que eu estou aqui para o que você precisar.

Alice- Eu sei.
O que é isso?

Hall- Eu não sei.

Abro o papel.

“eu desejo que tenha sobrado amor,
amor o suficiente para seu coração bater,
amor o suficiente para me perdoar,
amor o suficiente para ser feliz,
amor o suficiente para recomeçar.

eu quero que você seja feliz,
nem que para isso,
eu guarde meu amor para mim,
e eu somente observe seu sorriso,
de longe eu com certeza o observarei,
vou sair da sua vida,
isso vai doer,
mas eu só quero,
que você seja feliz."

Hall- O que está escrito?

Alice- É o horário em que você tem que tomar a sua medicação. Eu preciso ir. Depois do trabalho venho aqui te ver.

Saio dali o mais rápido possível. Entro no carro e desabo.

Ele quer que eu seja feliz? Mas como eu vou ser feliz sem ele?

love games - concluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora