A luz azul do quarto o deixava muito bonito, e fazia meu coração palpitar. Fechei a porta antes que nossos olhos se encontrassem. Com cuidado, vesti minha calça e depois a blusa fina. Segurei o tecido de minha camisa, sentindo seu cheiro misturado ao meu no tecido.

Sorri sozinha, me lembrando de nós dois naquela cama.

Limpei a garganta, controlando minhas bochechas quentes e saindo daquele banheiro. Encontrei Dilan tirando os cobertores da cama e murmurando algo em voz baixa.

— Por que você está fazendo isso? – Indaguei em voz baixa, me aproximando dele. Din me olhou por alguns segundos, juntei as sobrancelhas ao ver sua face envergonhada.

— Sangue – Murmurou, e meu corpo estremeceu. Peguei os cobertores rapidamente de suas mãos, os jogando dentro do balde de roupas.

— Não deixe sua mãe ver isso – Pedi puxando o ar com força e encarando o tecido manchado por um raio de sangue. Sentia a vergonha encher minha garganta e me deixar tonta. Deus, eu manchei o lençol de sangue. Bem que mamãe falou que isso era normal, mas não esperava que acontecesse comigo.

Suspirei bruscamente, mandando a vergonha embora.

Me virei para Dilan, não sabendo muito bem o que falar. Na verdade, eu tinha muitas coisas para falar, mas o desespero encheu minhas veias quando senhora Suzana gritou por Dilan no andar de baixo.

— Eu preciso ir – Falei rapidamente, me aproximando dele.

— Você pode ficar escondida no armário – Murmurou abraçando meu corpo. Ri baixo com seu comentário, levando minhas mãos até seus cabelos.

— Relaxa, vamos ter muito tempo para ficarmos a sós – Falei roubando um beijo rápido de seus lábios, mas antes que pudesse me afastar, Din afundou as mãos em meus cabelos, aprofundando o beijo rápido e firme. Aquele beijo e aquele intensidade me faxina querer continuar lá. Era quase impossível resistir a sua língua e seu calor.

Já aceitei o fato de seus lábios serem viciantes.

Me permiti ficar por mais alguns segundos ali quando seu gosto me encheu, fazendo meu coração pular com força e roubar meu ar.

Nos afastamos em silêncio, sorrindo um para o outro.

— Nos vemos depois – Falei contra minha vontade. Antes que ele pudesse falar algo, escutei a voz de senhora Suzana. Olhei com desespero para Din, correndo rapidamente para o telhado e pulando. Não olhei para trás antes de cair na grama de frente de casa, levantar e sair correndo.

Me sentia intensa ao correr pelas ruas estranhamente ensolaradas de Umbrella City. Como se as luzes azuis daquele abajur invadissem minhas veias, e eu flutuasse para um galáxia diferente, talvez chamada de Dilan Peterson e tudo que ele é. Ou talvez fosse o efeito do sol desconhecido para mim, ele talvez estivesse fazendo minha respiração acelerar e uma estranha sensação de ansiedade dominar minhas veias.

Deve ser o sol que está fazendo eu querer vê-lo logo novamente.

Culpa do sol irônico de Umbrella City.

                                                                           ...*...*...

Dilan.

Mamãe abriu a porta assim que vi a menina de cabelos longos virar a esquina.

— Dilan? — Estremeci com sua voz calma, me obrigando a encará-la. —  Tinha alguém aqui? — Indagou com seus olhos verdes sobre mim. Passei a mão pelos cabelos, negando com a cabeça. Tentei não demonstrar meu nervosismo quando seus olhos vasculharam o quarto escuro. — O que é  aquilo? — Me segui por seus olhos, indo parar no plástico perto do balde de lixo. Senti meu coração bater tão forte, ao ponto de vê-lo pulsando contra a blusa branca.

Nós Crescemos [✓]Where stories live. Discover now