And u were actually pretty cool

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MILLIE POV
Eu comecei a empurrar a cadeira de rodas de Finn. Ele era bem bonito, tinha olhos negros, profundos e brilhantes, uma pele bem clarinha, com o rosto coberto de sardas, e algumas mexas de cachos pretos caídos sobre sua testa.  

     M: Eai...qual o número do seu quarto?- eu perguntei de um modo gentil.

     F: hum, eu tenho quase certeza que é 513 -eu respondi

      M: legal, quer que eu te leve lá?- eu disse,e logo me toquei no que ele tinha falado.- espera, você disse que o número é 513?

       F: sim...pq?- ele mostrou uma expressão confusa.

      M: esse é o número do meu quarto! Você é meu parceiro de quarto- eu disse animada.

      F: que legal! Pelo menos não estou com alguém totalmente desconhecido, mesmo que eu tenha te conhecido a 15 minutos!- nos dois rimos.

Chegamos em frente ao nosso quarto, e como ja estava muito tarde, eu abri a porta com cuidado para não fazer muito barulho, empurrei Finn para dentro, e após isso fechei a porta.
Ele sentou em sua cama, e ficou olhando fixamente para a janela que dava visão ao grande campo, com grama bem verdinha e alguns girassóis. Era realmente muito lindo, ainda mais na escuridão da noite!

   M: é lindo não é?

      F: é muito lindo- ele falou admirado.

Ficamos alguns minutos em silêncio

      F: é..Millie?

      M: diga- eu respondi enquanto prendia meu cabelo num coque bagunçado.

      F: oque você quis dizer aquela hora, em que disse que estava aqui a muito tempo?

      M: ah...é que...bom, eu vou te contar minha história. Quando eu tinha dois anos fui diagnosticada com uma doença, que até hoje não sei pronunciar direito, mas é basicamente uma deficiência respiratória. Eu tenho crises constantes, e isso reflete em alguns dos meus órgãos, mas basicamente, sendo direta e reta, eu posso morrer se eu não tratar dela direito. Por tanto quando eu tinha 4 anos comecei a vir muito para este hospital, mas o caso ainda não era tão grave, então eu podia ficar em casa, e apenas vir algumas vezes na semana pra cá. O problema é que quando eu completei 6 anos, a situação ficou mais seria, eu comecei a praticamente morar aqui, vindo todos os dias, e só voltando pra casa pra dormir. Mas infelizmente quando fiz 7 anos, eu não tive mais escolha, eu teria que morar aqui. E é isso que acontece. Eu moro aqui, e só posso sair do hospital 2 vezes por mês, é claro, com aparelhos ligados no meu corpo,os exames totalmente em dia, e em alguns casos eu tenho que estar acompanhada por uma enfermeira.
Hoje foi um dia que eu pude sair do hospital, ainda bem que nenhuma uma enfermeira precisou me acompanhar, mas como você pode ver, eu sempre estou com soro, e aparelhos. Geralmente eu vou pra casa da minha melhor amiga Sadie, porque é seguro, divertido, as vezes fazemos umas festinhas na casa dela, só com nossos amigos, evitando qualquer tipo de crise que eu possa ter.

      F: eu sinto muito por tudo isso- ele fez uma cara de pena.

     M: a culpa foi sua então? Foi você que me envenenou e me deixou doente?- eu disse dando uma risadinha irônica, pois eu não gosto quando as pessoas sentem dó de mim.

     M: não é tão ruim assim...eu faço coisas divertidas também! Eu leio, canto, escuto músicas, vou no campo ali de fora...mas as minhas duas maiores paixões são; pintar e fotografar! Eu tenho uma câmera linda retrô, e você pode reparar que vai encontrar vários objetos aleatórios pintados- eu ri e ele também.

    F: que bom que você consegue ser feliz aqui..

    M: mas e você finn? Oque te traz aqui?

   Ele me contou toda história...me explicou que tinha passado muito mal, e que até cuspiu um pouco de sangue. Eu não falei nada, para não assustar ele, mas pelo oque eu saiba, isso é sinal de Câncer.

    Conversamos por mais um tempo. E então eu decidi pegar minha câmera.

      M: esse é o Finn- eu disse apontando a câmera pra ele.

       F: oie!- ele disse com um sorriso no rosto, enquanto puxava a câmera da minha mão.- e essa é a Millie. Ela é bonita não é? Que nem eu.

  Eu fiquei toda corada, comecei a rir e ele também.

       F: Millie, eu sei que eu acabei de te conhecer, mas você é a única pessoa que eu posso desabafar no momento...

      M: hum, pode desabafar comigo, tá tudo bem- eu falei tentando acolhê-lo.

      F: Eu to com medo. Sabe...de ter alguma doença seria, ou mortal.  - ele disse, e uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

     M: Finn...foi só um desmaio. Vai ficar tudo  bem, provavelmente você não tem nada.- eu estava mentindo. Achei que finn estava doente, mas eu não queria assusta-lo, e isso foi a primeira coisa que me veio em mente.

     Eu levantei e dei um abraço nele, que retribui o abraço, apertando minhas costas contra seu peito. Nós não nos conhecemos direito, mas eu sei que um abraço sempre é bem vindo em situações como essa.

      M: é melhor você dormir...pra tirar esses pensamentos da sua cabeça e conseguir descansar. - eu falei e logo em seguida desliguei o abajur.

  Eu me deitei, e fiquei olhando fixamente pra finn, que estava quase dormindo. Eu gostava de ver as pessoas bem, então quando eu vi ele dormindo tranquilamente, eu senti uma alívio, e consegui descansar também.

You're my addiction ~ Fillie Onde as histórias ganham vida. Descobre agora