- Quem é aquela? - perguntou Chuck.

- O nome dela é Láiza, é da nossa turma, mas ela não é de falar muito! - respondeu Nelson.

Vendo que Chuck a observava muito, Láiza saiu do refeitório. Não restava dúvidas, ela era a garota do pesadelo que o garoto havia tido na noite passada, e só havia um jeito de obter respostas.

Seguindo Láiza pelos corredores, deixando os garotos para trás, Chuck a perdeu de vista na biblioteca...

- Me seguindo que nem um idiota! - Láiza estava atrás de Chuck. - O que você quer comigo?

- Eu sonhei com você! - Chuck foi direto ao ponto. - Você me falava algo sobre o fogo, e coisas estranhas acontecem quando estou perto!

- E quem você acha que eu sou? Uma caça-fantasmas?

- Não sei. O que você quis dizer com "o fogo só cresce com a lenha?"

- Acho que a resposta é bem óbvia. Se você colocar lenha em uma fogueira, o que acontece com o fogo? - Láiza revirou os olhos e, ao dar as costas para Chuck, uma imensa muralha surgiu na biblioteca, impedindo sua saída.

Láiza percebeu que as outras pessoas na biblioteca não conseguiam ver a muralha e voltou sua atenção para Chuck.

- Você disse que coisas estranhas acontecem... Quem é você?

- Meu nome é Chuck... Chuck Arguelles...

- Você está criando uma ilusão! - Láiza tentava tocar na muralha, mas sem sucesso. Sua mão a atravessava. - Você é um híbrido!!!

Sem entender nada, Láiza puxou Chuck para um local específico da biblioteca e retirou um assoalho falso no chão que escondia vários livros escritos à mão.

- Você quem escreveu todas essas histórias? - perguntou Chuck.

- Sim, fui eu quem escreveu, mas não são "histórias". São fatos... Vivemos em uma escola dominada por criaturas chamadas ignus. Elas se alimentam de carne humana, principalmente do cérebro. As pessoas que chegam no terceiro ano do ensino médio e se formam são levadas para a base deles, que fica depois dos portões. Recentemente, estão levando também pessoas do ensino médio a cada três dias... Olha! - Láiza mostrou um desenho que fez de um ignus que viu no portão.

Com seus misteriosos poderes, Chuck criou exatamente um ignus baseado no desenho, deixando Láiza fascinada com aquilo.

- Você é filho de um ignus com uma humana. Isso te dá uma habilidade incrível: você é capaz de criar ilusões!

- Eu sabia que não estava ficando maluco! - Charlie pulou de alegria de seu esconderijo. - Você me fez ver uma parede no lugar da porta do banheiro!

- Quem diria! - Nelson também saiu de seu esconderijo. - Bem que suspeitei de sua esquisitice, Láiza!

- Ah, gente, para! - exclamou Láiza nervosa. - Eu só estava brincando com o novato. Não existe essa coisa de monstros!

- Eu vi a ilusão que o Chuck criou no quarto! - exclamou Charlie. - Se ele tem poderes, qualquer coisa pode ser possível, inclusive esses ícarus aí!

- É ignus, seu imbecil! - corrigiu Nelson. - E já que somos comida dessas criaturas e temos o senhor das ilusões com a gente, não vamos ficar de braços cruzados!

- Certo! - exclamou Láiza. - Mas vocês vão me prometer que não vão me acompanhar até os portões à noite!

- Você vai ao portão toda noite?

- Sim, ué! Como vocês acham que eu descobri tudo isso? - Láiza revirou os olhos. - "Ignus" significa "fogo" em latim, o que tem tudo a ver com o seu pesadelo!

- Certo! - exclamou Chuck, percebendo que aquilo estava se desenvolvendo muito rápido. - Somos um pequeno time formado para derrotar esses ignus. Vamos sair daqui... Só espero que meu irmão Thomas esteja bem na Black School.

- Espero que ele esteja seguro também. - disse Láiza, olhando pensativa para Chuck. - Mas agora precisamos nos concentrar em nossa escola e nos livrar dos ignus aqui. Temos que proteger os estudantes que conseguirmos.

- Mas como vamos fazer isso? - perguntou Charlie, preocupado. - Esses monstros parecem ser muito fortes.

- Precisamos descobrir seus pontos fracos e encontrar uma maneira de neutralizá-los. - sugeriu Nelson. - Talvez haja informações nos livros daqui.

Os quatro se reuniram e começaram a pesquisar os livros escritos à mão, em busca de qualquer informação que pudesse ajudá-los a combater os ignus. Eles encontraram antigos livros da escola ao longo dos anos, mas nada que fornecesse pistas concretas sobre como derrotá-los.

- Parece que teremos que descobrir isso por conta própria. - disse Chuck, fechando um dos livros com frustração. - Mas pelo menos agora, acho que não estamos sozinhos nessa luta.

Enquanto continuavam sua pesquisa, os quatro amigos formaram um plano para investigar os arredores da escola, procurando sinais da presença dos ignus e possíveis pontos de fraqueza. Eles combinaram de se encontrar à noite, quando a maioria dos estudantes estaria dormindo, e explorar os arredores com cuidado.

- Precisamos ser discretos e ficar atentos a qualquer sinal de perigo. - alertou Láiza. - Os ignus são astutos e podem estar observando nossos movimentos assim como a diretora.

...

Naquela noite, o pequeno grupo de amigos se aventurou pelos corredores silenciosos e pelos arredores da Midlle School. Eles se moviam com cautela, evitando os olhares curiosos dos estudantes que ainda estavam acordados.

Enquanto exploravam um jardim abandonado nos fundos da escola, eles encontraram um rastro estranho, composto por uma substância viscosa e escura. Seguindo o rastro, eles chegaram a uma porta enferrujada que levava a uma parte da escola anteriormente desconhecida para eles.

- Acho que estamos prestes a descobrir um segredo sombrio. - sussurrou Chuck, com os olhos brilhando de empolgação e apreensão.

Com os corações acelerados, o grupo abriu a porta devagar e adentrou um corredor escuro e sombrio. O cheiro de mofo e decadência preenchia o ar. Eles continuaram avançando até...

O mundo não prometidoΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα