Capitulo 1 - A Queda

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  Era noite quando a luz adentrava meus olhos, era como acordar de um sono profundo, sabe? Desnorteado e sem memória alguma, eu estava lá largado com sua pele toda pálida e nua, sem nenhuma marcação ou forma de saber o que estava acontecendo.

  Eu me lembro como se fosse ontem, não havia ninguém só o som do vento, e ao fundo alguns cachorros latindo, me senti totalmente perdido, afinal não me lembrava como aquilo teria acontecido, bem... não estava machucado, mas a dor do medo rasgava o meu peito, como se eu tivesse sido expulso da casa da minha mãe... mas o que não parei pra pensar foi, quem é minha mãe ?, eu tenho mãe?.

  Andando mais a frente encontrei alguns gatos que rasgavam e reviravam algumas sacolas de lixo, mas nada além disso, continuei então a andar sem rumo, sem nada só eu e a estrada.

  Após algum tempo achei uma pequena praça, encontrei então um daqueles bancos de concreto sabe? Para muitos apenas um lugar para sentar, porém aquela noite foi meu pequeno abrigo, não tinha muitas escolhas a não ser ficar ali, afinal o cansaço a essa hora já me dominava.

  O dia amanheceu rápido e para minha surpresa alguns dos moradores da cidade já estavam acordados. Eu acordei com vergonha pensei que alguém tivesse me visto, mas aparentemente passei totalmente despercebido, como um fantasma invisível, até que uma senhora de 50 e tantos anos deu-se ao luxo de olhar para o meu lado, e acho que ela me viu já que gritou como se o time de futebol tivesse ganhado.

  E eu claro apavorado e todo desajeitado sai correndo como um cachorro assustado, e claro, por fim tropecei e beijei o asfalto. Quando levantei havia algumas pessoas me olhando, eu até então não entendia nada, tudo aquilo parecia novo, mas ao mesmo tempo familiar para mim, como se eu já tivesse visto o mundo, mas não desta forma.

  Para minha surpresa a senhora que havia se assustado, agora estendia a mão com um casaco em suas mãos, peguei e não hesitei e me cobri como pude com ele, percebia que algumas pessoas riam outras olhavam sem entender, mas o fato é que ninguém ali parecia me conhecer... um completo estranho rodeado de pessoas... nada além disto.

Após me cobrir a senhora então finalmente perguntou:

- Você está bem?. (Senhora)

- Acho que Sim. (Eu)

- Qual é seu nome garoto ?. ( Senhora)

- Nome? .... bem eu não sei, não consigo me lembrar de nada. Só me lembro de acordar aqui na noite passada. (Eu)

- Entendo, é complicado, mas se não se lembrar do seu acho que vamos ter que escolher um certo ? . (Senhora)

- Acho que pode ser. (Eu)

  Aquele momento eu olhava a todos a minha volta, e aparentemente eu havia roubado a atenção de todos, já que não paravam de surgir curiosos e eu, só tentando tampar minhas partes contra os benditos fotógrafos, afinal ninguém quer ser exposto desse jeito, ainda mais numa cidade tão pequena.

 Eu não sabia ainda mais isso era o início da minha jornada, mas quem iria imaginar, uma jornada que se iniciaria aos meus 12 anos, sem saber nem mesmo meu nome, ou como era meu rosto, mas mesmo assim naquele breve instante, eu senti que poderia confiar naquela senhora, não sei explicar como ou porquê de confiar, mas enfim chega de enrolação que ainda tem muito pela frente...

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⏰ Last updated: Dec 07, 2019 ⏰

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The DeathAngelWhere stories live. Discover now