CAPÍTULO VII

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— Para onde estamos levando-a? — perguntou.

— Neil Barnett.

— Oh, não. — Margareth disse. — Não gosto dele. Levei Eliza até ele no último sarau dos Abbey.

Eliza agradeceu aos céus por isso. Em seguida elas voltaram-se em direção a um homem alto, musculoso, em torno dos trinta e dois anos e com um olhar no mínimo assustador.

— Lord Whitby?  — a anfitriã indagou.

Margareth negou mais uma vez.

— Nem pensar. É Whitby. Lembra-se bem dele?

Eliza estreitou os olhos. Ela geralmente não se importava com os comentários que a avó fazia sobre os membros da sociedade, pois com frequência eram implicâncias bobas, — como quando ela achou o cabelo de Bridget Hawkins claro demais — mas dessa vez havia algo diferente na voz da avó. Ela realmente sentia repulsa de Whitby. E Margareth, que sempre empurrava a neta para qualquer homem solteiro, recusava-se com certeza a deixar que Eliza se envolvesse com ele.

— O que há com o visconde, vovó? — Eliza pediu com calma, não querendo parecer muito interessada.

— Conto em casa. — Margareth disse, talvez até baixo demais. — Não é assunto para um jantar, mas digo que com ele você não vai se casar nunca. Não é um bom home, Liz.

Lady Nembley concordou, acenando no ar e girando-as para a esquerda dessa vez.

— Concordo. Há homens muito mais aceitáveis para você, queridinha. Você deve conhecê-los.

Eliza sorriu fraco. Ela pensava em virar freira ás vezes.

— Mal posso esperar... — mentiu com aparente cinismo.

Nembley entusiasmou-se. Margareth, pelo contrário, estreitou os olhos e olhou com cuidado para a íris da neta. Ela não gostava de sarcasmo, o que era péssimo, pois Eliza frequentemente vivia no modo sarcasmo máximo. Elas caminharam.

— Conheço um homem perfeito, queridinha.

Hum... — A mais jovem murmurou.

— Ele vem de uma família antiga e com o nome muito honrado...

— Claro...

— A fortuna dele é sem dúvida uma das mais admiráveis de todo o Reino Unido...

— Sem dúvida... — Eliza começou a contar os candelabros.

— E a melhor parte... — lady Nembley olhou sugestivamente para lady Eliza que não esboçou reação alguma — ele é muito bonito. Se eu fosse jovem... Ah, se eu fosse jovem esse seria um rapaz no qual eu me atiraria.

Eliza suspirou. Lady Nembley realmente não tinha noção de que eram qualidades demais? Ignorando a reciprocidade de Eliza, um rapaz rico poderia se interessar por ela? Sim, era aceitável. Um rapaz de uma boa família poderia se interessar por ela? Sim, também plausível. Um rapaz bonito? Também. O primeiro homem que a pediu em casamento era inegavelmente um galã. Mas um homem rico, de boa família e bonito era uma missão quase impossível. Geralmente homens dessa estirpe dirigiam os olhares a mulheres mais interessantes, como Cassandra, Kriss ou Ruby. Nunca Bridget, Samantha ou ela.

— Certo. — Eliza fingiu um sorriso. — Vamos cumprimentá-lo então.

Ela obviamente não queria cumprimentá-lo, mas era necessário. Sua barriga começara a roncar e lady Nembley ainda tinha várias pessoas para conversar. Eliza quase se arrependeu de não ter tido uma refeição reforçada antes de sair de casa, mas lembrou-se de como o jantar era maravilhoso. Valia a pena esperar pela comida. Mesmo que tivesse que conversar com cinquenta mil rapazes.

OS MISTÉRIOS DE ELIZA GUNNING [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora