Sobre Cair,

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me perdoe, eu caí de novo,
DE NOVO
eu ralei mais que o corpo
e não alcanço as feridas na alma;

cair é assim
eu me sujo e continuo
descendo e DESCENDO
a cada queda eu desço mais
e descubro que o fundo do poço
nunca é o fundo...

e eu tenho que juntar
os pedaços que partiram
o coração fugido
a boca medrosa
os olhos cansados
Me avise se encontrar meus pulmões por aí,
porque ainda não posso respirar

eu sigo sufocando
nas minhas próprias palavras
e lágrimas

e eu já estive aqui
eu conheço esse vazio
velho amigo

Não me olhe assim, senhor fantasma

eu não estou bem
mas, eu tenho essa máscara
e a noite

eu estou prestes perder a última faísca
Então não hesite em me soltar antes que eu exploda

vai ficar tudo bem

Poesias, Velhas PoesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora