Você confia em mim?

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De fato, a Antártida era um lugar bem frio e o doutor mais parecia uma bola de tantos casacos que vestia. Na medida em que Erik foi se despindo de alguns dos ditos agasalhos devido ao calor bem vindo do ar-condicionado, Thor se envolveu com o cobertor esquecido em cima do sofá daquela estalagem improvisada. Ninguém avisou ao deus do trovão que iria para um lugar tão frio, ele estava apenas de camiseta.

- Eu o encontrei enquanto estudava uma área aqui perto. – O humano o guiou até um quarto e abriu a porta. – Estava muito ferido e desmaiado como agora, parece tão frágil. Você conhece essa espécie?

Deitado na cama estava um corpo azul desacordado, em muitas partes coberto por curativos, mas sem nada além disto e de uma simples camisola hospitalar cobrindo o seu corpo. A criatura parecia gostar do frio.

- É um gigante de gelo. – O loiro constatou surpreso após observa-lo um pouco. – Uma criança provavelmente. - Disse ao doutor. – Veja como é pequeno, essas coisas são bem maiores que um humano normal quando adultos. Como será que este chegou até aqui?

- Ele estava caído em um buraco próximo da região da minha pesquisa, lá tem algum tipo de alteração na gravidade igual ao que acontecia naquele lugar que a Jane encontrou.

Thor se aproximou do corpo o observando com cuidado.

- Que estranho, ele me parece muito familiar. – O loiro comentou encarando os traços do rosto da criatura, até que a compreensão o atingiu com força. – Ele é o meu irmão...

O loiro tinha seus olhos arregalados, mas toda a animação do doutor se foi.

- Essa coisa é o Loki? Oh céus, eu deveria ter deixado ele lá fora.

O deus do trovão parecia não ouvir nada do que o outro dizia, lágrimas vieram aos seus olhos e ele não demorou em pegar o corpo deveras pequeno para um gigante de gelo em seu colo.

- Vou levá-lo comigo. – Somente agora se permitiu olhar para o amigo. – Obrigado por tê-lo encontrado.

Erik não se sentia muito feliz em saber que ajudou um ser desgostava tanto, porém Thor parecia tão emocionado que Selvig ficou alegre pela felicidade do outro. O asgardiano pouco tempo depois já estava com seu "martelo" e com o irmão a caminho de sua solitária casa.

O jotun foi deixado sobre a cama do quarto de hospedes daquela pequena residência. Ainda era estranho para o deus ver o irmão em sua forma original, afinal foram poucas as vezes em que o deus da trapaça apareceu desse jeito para ele e talvez tenha sido por isso que não o reconheceu de imediato.

O loiro se sentia tão feliz por ver o outro vivo que por um momento quis cuidar dele até que o mesmo se cansasse da sua cara e o expulsasse da própria casa. Coisa de irmão mais velho. Lhe doía tanto ver a dor de Loki, desejava muito que eles pudessem manter uma relação de não completamente inimigos assim como a que tinham muitos anos atrás.

Já era tarde da noite quando deixou o quarto do mais novo e voltou até o seu próprio. Thor se pegou pensando em como teria sido a sua vida caso houvesse nascido como terráqueo e não como um deus, talvez as coisas fossem mais tranquilas e felizes para todos. Não percebeu quando caiu no sono, sua consciência só voltou completamente quando acordou com um barulho estranho vindo da cozinha.

Desconfiado, o deus do trovão pegou o seu "martelo" e caminhou até o cômodo do andar de baixo, que era de onde vinha o som. Lá encontrou o irmão já de volta com sua aparência normal e com suas roupas asgardianas, ele tentava encontrar uma forma de fugir da casa que obviamente lhe era estranha. Thor se aproximou em silêncio.

- Oi irmã-..

E ele levou uma bela frigideirada.

- Thor! – Loki agora o olhava assustado, ainda com a frigideira na mão. – Está vivo! E gordo!

Loki - A Profecia Do InfinitoWhere stories live. Discover now