- Qualquer lugar - respondo.

- Se quiser alguém para conversar...

- Agradeço, mas eu realmente preciso sair - aceno em despedida e passo por ele.

Enquanto ando em direção a garagem, percebo que a casa está silenciosa, mas já passa das 3 horas da manhã.

Pego a chave da minha moto, abro a garagem e saio, não ligo em colocar capacete, o frio em meu rosto causa ardência, mas a dor é bem vinda hoje, dirijo pelas ruas da cidade, algumas pessoas ainda estão no centro da cidade, saindo de festas ou clubes, dirijo sem rumo, apenas por dirigir. 

Em alguns momentos fecho os olhos, sem me importar se acontecer um acidente, hoje é um desses dias em que não me importo se eu morrer. 

Quando encontro uma praça calma e silenciosa, eu estaciono. Ando até um banco e me sento observando as árvores. 

Respiro fundo o ar gelado da madrugada e passo a mão pela cabeça frustrado. As coisas em minha vida pioraram muito rápido ultimamente. 

Me recordo do meu primeiro dia como líder da máfia, lembro de como foi um inferno no dia em que descobri que meu pai morreu, quando eu tive que dizer a minha mãe... mãe, morreu por minha causa, porque mandei ela e Melanie para fora do país, e não as protegi o suficiente.

Tudo que eu fiz de lá para cá foi apenas atitudes estúpidas, como eu destruí meu casamento, não assisti ao nascimento da minha filha, me distanciei do meu irmão, ele me odeia, e eu não o culpo.

E agora eu fiz de novo, com Serena, ela sempre me amou, sempre quis ficar comigo, mas eu sempre estrago as coisas, e eu fiz novamente... e ela me odeia agora.

Coloco as mãos na cabeça e fecho os olhos.

O que eu tenho que fazer? Como eu conserto as coisas que eu fiz?

Estou profundamente enterrado em meus problemas, em meus pensamentos, que não escuto quando homens se aproximam de mim até ser tarde demais.

4 deles. Todos vestidos de pretos, não há dúvida, são homens da máfia irlandesa.

- Boa noite - digo e tento parecer tranquilo mesmo meu coração estando acelerado. Eu não trouxe armas, saí apressado e descuidado de   casa.

Um deles aponta uma arma para mim.

- Você virá conosco agora - ele diz, seu sotaque acentuado.

Definitivamente irlandês.

- E se eu me recusar?

- Matamos você aqui e agora - um deles responde.

Olho para os 4, eu sou mais alto e mais forte, mas eles estão armados.

- Eu não sei o que isso significa - falo - mas eu tenho um acordo com os irlandeses, nossos estamos em paz agora.

Os quatros se olham e começam a rir, um deles faz um comentário em irlandês, e os outros riem mais.

- Se levante - dizem.

Eu faço. Um se aproxima de mim e amarra meus braços, enquanto os outros apontam as armas, quando ele finaliza me guia até um carro preto estacionado perto da  minha moto.

Como eu fui estúpido, nem o carro eu ouvi parar. E que porra está acontecendo? Como me acharam? Eles me seguiram? Se sim, significa que estavam vigiando minha casa. Que droga!

Ele me empurram para dentro do carro, quando eu me sento, alguém enfia uma agulha em mim e minha visão escurece enquanto eu apago.

♧◇♡♤

Desperto com uma dor de cabeça do inferno.

Pisco meus olhos, mas está tudo escuro, demora um pouco, mas percebo que estou vendado.

Meus braços e pernas estão amarrados fortemente, sinto a dor, e estou sentado em uma cadeira.

- Acho que ele acordou - escuto.

- Tire a venda - ordena uma voz. Essa voz, eu sei quem é.

Quando retiram minha venda, pisco meus olhos para ajustar luz, quando faço, não há dúvidas, quem está na minha frente é Ronan Tyrone.

- Ronan - xingo.

Ele ri.

- Surpreso, estúpido russo?

- E o nosso acordo?

- Aquilo? Não significa nada não, foi só um jeito de enganar vocês - ele ri de novo, seus homens se  juntam a  ele - Eu nunca pretendi seguir aquilo.

Olho para ele furioso.

- Seu bastardo, filho da pu**.

Ele ri mais.

- Não se preocupe, querido Silas - ele diz - Eu não estou interessado por você, mas sim por sua esposa, a vagabunda irlandesa.

- Por quê?

- Ela matou minha esposa - explica - A vadia italiana foi a primeira a conseguir me atingir, e eu vou fazer o mesmo com ela.

Dessa vez eu rio.

- Eu sou estúpido - admito - Mas Melanie é mais esperta que você.

Ele me atinge um soco na cara, diretamente no naris, acho que o quebrou.

Ele sorri.

- Não se preocupe, meu espião vai trazer ela para mim.

Franzo a testa confuso.

- E quem seria esse?

Ele faz um sinal, a porta de abre e quando a pessoa entra, sinto todo o sangue fugir do meu rosto, minha dor desaparece, olho para o traidor.

- Como você pôde? - questiono - Você é o responsável por tudo de ruim que aconteceu com os russos e os italianos, a morte do meu pai, da minha mãe, o pai e o irmão de Melanie... Por que porra você fez isso?

Meu primo me olha e ri, e eu vejo o canalha que estava comigo o tempo todo, me enganando, como uma serpente.

- Porque eu quero ser o próximo líder da bravta - diz Paul - Nem que eu precise matar toda a sua família.

___________________________________

Feliz natal pessoal!!!!

Mulher no Poder (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora