Os três acenam.

♧◇♡

Estão todos aqui, todos os meus homens e mulheres, todas as pessoas que eu comando.

Nenhum deles são boas pessoas, eles estão aqui por interesses e se eu fraquejar serei substituída, não importa que eu seja da família principal.

Quando eu entro, param todos os murmúrios e todos me encaram, esperando o que eu tenho a falar.

- Meu pai e meu irmão - começo quando todos fazem silêncio - Deram a vida para esta família, para a máfia, os irlandeses nos tiraram tudo, e nós só conseguimos tirar um pouco deles, ainda não é o bastante, não para mim, mesmo os russos sendo nossos aliados, nós não precisamos deles para derrotar nossos inimigos, podemos fazer sozinhos - algumas pessoas gritam em aprovação - Vocês estão comigo para o que der e vier? Vocês me aceitam como líder?

A maioria grita em aprovação, mas vejo alguns receosos, quando a empolgação passa um homem se aproxima.

- Homens melhores que você já tentaran derrotar os irlandeses e tudo que conseguimos foram baixas.

- Eu não sou um homem - respondo simplesmente.

Ele me olha cético.

- Eu deveria me confortar com isso?

Todos ficam em silêncio.

- Você deveria morrer por falar com nossa capo assim - diz Lucas e se aproxima do homem.

- Pare - eu o comando.

Ele me obedece.

- Eu não irei matar meus próprios homens, eu não governarei assim, mas eu exijo respeito e não deixarei vocês duvidarem de mim simplesmente porque a maioria de vocês ser machista - digo alto o suficiente para todos me ouvirem.

- Eu só estou cansado de perder para esses fodidos irlandeses - justifica o homem.

- Todos nós estamos - diz Alessandro - Não é justificativa para insultar sua capo.

- Está tudo bem - sussurro.

- Escutem todos - grita meu primo Alessandro - Essa é a capo de vocês, forte e destemida, mas acima de tudo piedosa - ele encara a todos severamente - Vocês devem mais respeito a ela.

Tenho vontade de abraçar meu primo por suas palavras, mas me conteto em acenar para ele em agradecimento.

♧◇♡♤

Mais tarde, quase madrugada, eu e Alessandro bebemos no escritório, eu vinho e ele gim.

- Brinde - sussurro.

- Ótimo discurso - ele diz.

Sorrio.

- Obrigada por me defender.

Ele acena.

- Eu sempre faço o melhor por você.

- Eu confio minha vida a você, eu não tenho muitos amigos, obrigada por cuidar de mim.

Ele bebe em silêncio por alguns minutos. 

- Eu te admirei quando apareceu na Itália grávida com Dante - ele diz.

Olho para ele surpresa.

- Você foi forte e agiu como julgou melhor para proteger sua filha e a si mesma, não tinha como eu não apoiar você como capo. Você foi corajosa.

- Nem sempre eu sou - admito - Na maioria do tempo eu estou assustada.

- Seria uma tola se fosse o contrário - ele me diz - Mas mesmo assustada, você age melhor que qualquer capo que já conheci.

Sorrio com o elogio.

- Você é melhor conselheiro e braço direito que  eu poderia desejar.

- Estou aqui para servir.

Dou um gole em meu vinho, apreciando a noite e a companhia de meu primo, quando ele quebra o silêncio.

- Ele ama você.

- Silas? - pergunto confusa.

- Não... Dante.

Só de ouvir o nome meu coração já aperta.

- E você o ama - continua Alessandro - Percebi assim que vocês chegaram juntos na Itália.

Não nego nada.

- Amor não é suficiente para duas pessoas ficarem juntas - digo tristemente - Deveria ser, mas não é.

- Não desista - ele me aconselha - Eu digo por experiência, amar alguém e ser amado de  volta é uma raridade e não acontece com todos.

Fico sem reação... Alessandro perdeu alguém que ele amava?

- Eu tenho que ir - ele diz - Boa noite, prima.

- Boa noite - sussurro e assisto ele ir embora.

Alessandro tem um coração partido, parece que eu não estou sozinha afinal.

Bebo mais um gole do meu vinho e observo o fogo da lareira, lembrando da pessoa que causa essa dor em meu coração.

Dante.

Onde ele estará ? Será que está bem? Espero que sim.

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Mulher no Poder (Em Revisão)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant