Capítulo 13.

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- Lan, é aqui porra! - Escutei a voz de Trevor de longe. Parei de maneira brusca, quase indo parar no chão. Puxei o ar com força, olhando para trás.

Ele fez sinal para eu ir até ele. Suspirei por ter que correr tudo de novo.

- É aqui? - Indaguei parando ao seu lado. Ele assentiu.

Encarei a casa a nossa frente. Parecia uma casa simples, bem diferente da do Trevor. Sorri involuntariamente com isso.

Tirei um dos envelopes da bolsa, colocando na entrada da porta. Não importa se for os pais ou a criança que vai encontrar, vai funcionar de qualquer maneira.

Afinal, quem não ficaria com medo ao ver fotos dela mesma em um envelope? E uma carta, escrito coisas ruins se não parasse de fazer bullying com a menina negra da escola?

Achei meio estranho Trevor tirar fotos das crianças, mas acabou ajudando.

Foi só um susto. O pai de Trevor vai tirar Emy da escola e conversar com os pais das crianças, porém isso é só uma lição para elas.

- A ideia do bicho papão foi incrível. - Sussurrou. Sorri para ele.

- Eu sei. Achei que seria mais assustador se falasse que ele viria pegar elas se fizessem bullying novamente. - O rosto de Trevor foi banhado pela lua, deixando seu sorriso macabro mais assustador.

Ri e sai correndo.

- Próxima criança!


...*....*...

Lory

Meu rosto já estava mergulhado em chamas. Mamãe não parava de ser gabar, falando que Dilan é um menino caseiro, que nunca fez nada de errado. Eu sabia que isso era mentira, estava sentindo que ele estava fazendo algo considerado errado agora.

Queria que ele viesse me tirar dessa prisão cheia de perguntas. Eu o ajudaria a fazer qualquer coisa, apenas para poder vê-lo.

- Vou para meu quarto - Gritei, pulando do banco, quando a conversa mudou de rumo para relações sexuais.

Bati a porta em um baque, me jogando na cama macia. - Mulheres taradas - Me virei, ficando ansiosa ao encarar o teto. - O que ele está fazendo agora? - Indaguei para mim mesma com o coração acelerado.

- Filha? - Sentei rapidamente no colchão por causa do susto. Mamãe riu. - Eu sei que deve ser chato ter que escutar sua mãe conversando com as amigas dela, então você está liberada. Pode tirar essa roupa e fazer o que quiser, em seu quarto. - Fiz careta ao escutar "em seu quarto". Já estava pronta para ligar para Din e ir até sua casa.

- Ok, boa noite. - Sorri para ela, que me enviou um beijo no ar e desligou a luz do meu quarto. Voltei a me jogar na cama, respirando fundo.

Eu quero vê-lo.

Abafei meus gritos com o travesseiro, sentindo uma estranha adrenalina em minhas veias. Quero muito ver sua expressão quando receber o presente.

Estrela pulou em meu colo, fazendo massagem com as patinhas em minha barriga. Acariciei seus pêlos pretos, rindo por causa de suas garras puxando minha blusa.

- Eu ainda não te perdoei por ter bagunçado tudo. Vou ter que comprar novos tênis por sua culpa. - Falei dando carinho em seu pescoço. Fitei meus pés descalços. Achei que mamãe iria brigar mais.

Quando essas amigas dela saírem, iremos conversar sobre Dilan. Sobre tudo que ele me contou.

Comecei a pensar em tudo que tinha descoberto, meus olhos começaram a ficar pesados, e o teto embaçado. Fechei meus glóbulos lentamente, dando carinho em Estrela e quase caindo no sono.

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