Capítulo 4

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Robin

Depois de tomar um longo banho pela manhã vesti um vestido branco de algodão que ia até os joelhos, fui informada por Felipe que poderia vestir roupas frescas durante o trabalho, já que os dias estavam bem quentes em Creta.

Chegou uma chamada em meu celular, pelo que vi eram apenas cinco e trinta da manhã, mas como a chamada era dos Estados Unidos, lá deveriam ser quase dez horas da noite.

— Oi Thomas, fez boa viagem?

— Oi Robin, mais ou menos, não encontrei nenhum voo direto, tive que parar em Londres para poder vir até Washington e agora vou ter de pegar outro voo de cinco horas até Vegas. — Ele suspirou cansado.

— Você vai para Vegas? Achei que fosse descansar um pouco em casa.

— Não, o descanso vem depois, tenho assuntos em Vegas, mas e você, tudo está caminhando como o planejado?

— Sim. — Respondi apenas isso, não sabia se alguém poderia ouvir nossa conversa.

— Perfeito, qualquer coisa me ligue.

— Pode deixar, agora preciso ir começar o meu trabalho. — Ele gargalhou.

— Certo, boa garota. Bom trabalho. — Ele encerrou a chamada e fiquei me perguntando que assuntos eram esses que Thomas tinha em Vegas.

Calçando sapatilhas desci as escadas e cheguei na cozinha onde Daphne a cozinheira da casa estava preparando guloseimas que cheiravam maravilhosamente bem.

— Kalimera Daphne, vim pegar uma xícara de café forte para começar o dia.

— Kalimera senhorita Maya, por favor sirva-se na cafeteira, logo o senhor Andras irá despertar.

— Sim, estou sabendo. — Peguei uma xícara branca e servi uma generosa dose daquele líquido preto, só o cheiro de café já fazia meu cérebro despertar e minha boca salivar. — Posso levar essa xícara para o escritório, certo?

— Sim senhorita, não gostaria de comer alguma coisa?

— Depois, logo que acordo gosto de ficar apenas com o café. — Ela fez um aceno e deixei a cozinha, chegando no escritório me sentei diante daquela máquina de escrever engraçada, sabia que teria que aprender Braille muito em breve, até para poder ler documentos confidenciais de Andras, precisava saber do capital da empresa, das ações que ele possuía e de seus extratos bancários.

Um casamento iria acontecer e eu precisava saber o que eu, como esposa teria direitos. E por isso eu precisava continuar provocando-o, ele adorava aquilo e eu gostava também, era uma espécie de divertimento em minha missão. Andras por ser um homem interessante tornaria o trabalho mais prazeroso, eu só não poderia me esquecer que ele assassinou a esposa grávida. Precisava manter isso em mente e assim não me desviar do plano original.

Peguei os documentos deixados por Felipe ao lado da minha mesa e comecei a redigi-los em braile, aquela máquina de escrever era de outro mundo, nunca tinha visto uma máquina de escrever como aquela, certamente custou uma pequena fortuna.

Alguns acordos e autorizações mais tarde e meu celular despertou, era hora de Andras descer para o café da manhã, na verdade era dez minutos antes dele começar sua rotina, corri para a cozinha com minha xícara já vazia e meu estomago desperto.

— Daphne vim preparar o café Freddo do senhor Costas.

— A senhorita sabe preparar o café Freddo?

— Vi umas receitas na internet ontem. — Expliquei.

— Acho melhor a senhorita me observar primeiro e então amanhã preparar. — Assenti.

Doce Ilusão - Livro único - DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora