|Faíscas|

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Voltei, meus amores. Hoje eu tentei deixar o clima do capítulo o mais leve possível. Espero que gostem, boa leitura!

Não esqueçam de dar uma olhadinha nas notas finais, por favor. Obrigada.

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Sugestão de música: Piledriver Waltz - Arctic Monkeys

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|Jungkook's POV|

Eu tinha o direito de me lamentar da situação, então o fiz e chorei o tanto que senti ser necessário para achar-me mais tranquilo. Tenho certeza que nossa sementinha está num lugar muito melhor do que um num mundo como este.

Suspirei menos tenso com o ocorrido e então me aproximei de onde estava Seliny, parado fiquei observando ela. Toquei suavemente em seu rosto com amor, acariciando-a.

— Eu te amo tanto, minha linda. Você não sabe o quanto... — Deixei um beijinho nela. — Aliás, nós iríamos ter uma filha, você não fazia ideia, não é? Quer dizer, eu nem sei se seria menino ou menina, mas se não tivéssemos perdido nossa sementinha, eu queria muito que fosse uma garotinha. Eu adoraria tomar conta dela, arrumar o cabelinho e tudo, compraria o que fosse necessário, e também iria protejer de todos os moleques enxeridos. — Deixei escapar um breve riso. — Eu tenho certeza que você também seria uma boa mamãe. Sabe por que? Porque minha mãe sempre disse: "Se você perguntar para a mãe de uma garota se ela é uma boa filha, e receber confirmação positiva, isso significa que ela também será uma boa esposa e mãe". — Segurei em suas mãos. — E advinha... Eu perguntei isso da sua mãe uma vez. Fiquei feliz quando ela confirmou que você sempre foi uma ótima filha. Ou seja, você com certeza será uma ótima esposa e mãe se um dia desejar ser. — Sorri.
   
De repente senti ela apertar minha mão, ainda sem força, mas apertou.

Me assustei com isso. Ela está finalmente reagindo? Chamei o doutor imediatamente e ele veio sem demora, então falei sobre o ocorrido.

— Ela está reagindo bem. Veja, até não está tão pálida. Eu realmente não consigo entender essa mudança repentina. Até poucos minutos ela estava apenas estável. E agora os batimentos cardíacos até aceleraram. — Falou sem conseguir acreditar bem.
     
— Isto é bom, certo? — Abri um sorriso.
     
— Sim, podemos considerar como algo positivo. Ainda assim, reações como estas podem ocorrer frequentemente mesmo que o paciente não tenha voltado à consciência. Espero que entenda. — Explicou por fim.

⦁ ⦁ ⦁

— O que o senhor faz aqui? — Perguntei ao de cabelos escuros.
     
— Eu apenas quero saber como está minha filha. — Respondeu com tristeza.

Kezya já havia me contado tudo sobre o pai biológico da Seliny e como tudo aconteceu. Mostrou até foto. E mesmo que eu não o conhecesse pessoalmente, me senti inundado de raiva contra ele por ser tão escroto e ridículo. O fato de abandonar a filha e a esposa quando elas mais precisavam dele, demonstrou o quanto ele foi um canalha desprezível  com tais atitudes.
Suzana talvez não tenha escolhido muito bem o cara por quem se apaixonou. Se bem que não escolhemos por quem iremos nos apaixonar, mas acredito que a aparência de Raymond teve grande influência nisso. Ele é elegante e conservado para a idade que tem. Pena que não é flor que se cheire.

— O senhor não acha que deveria ter pensado se sua filha ficaria bem antes de deixá-la anos atrás? — Cruzei os braços, o encarando.
   
— Eu tenho consciência do que fiz, e concordo que não mereço o perdão de ninguém. Ela pode me odiar e é com toda razão do mundo, realmente não mereço que ela me perdoe. Mas ainda assim, Seliny é minha filha, meu sangue corre nas veias dela e isso nunca vai mudar. Parece uma desculpa qualquer, mas com toda a sinceridade do meu coração, se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo diferente. Ninguém nunca me deu a chance de explicar meus verdadeiros motivos, mas eu gostaria muito de poder contar tudo para ela um dia. — Disse ele demonstrando sinceridade com as palavras, seus olhos estavam avermelhados tentando conter suas lágrimas. — Estou aqui porque será muito difícil para ela, Seliny era muito apegada à Suzana, você deve saber. Eu sempre as acompanhei de longe, Mark me contava todas as novidades sobre as duas desde que voltou a ter contato com a mãe dele. Eu quero, acima de tudo, o bem estar da Seliny. Já causei muitas dores para ela, e sei que é pedir demais, porém adoraria recuperar o tempo perdido. — Finalizou fungando um pouco.
    
— Não posso lhe proibir de tentar se aproximar, afinal ela realmente é sua filha e o senhor tem direito a isso. Porém, Seliny agora é a única pessoa que pode decidir aceitá-lo por perto ou não. Então por enquanto não vou lhe impedir de visitá-la, mas pode ter certeza que se fizer algum mal à ela, eu juro por tudo o que é mais sagrado que o farei pagar por tudo. — Falei com firmeza e seriedade naquilo.

Imperfeitos 1 - The Soul |JK| [Concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora