Capítulo 3

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Simon

Finalmente, tudo parece estar sob controle, penso, enquanto ligo meu laptop e checo meus e-mails do dia.

Como eu sempre digo: não cheguei ao topo a toa. Posso até ter me desviado do meu caminho desde que Julie Harris entrou na minha vida, mas... Opa, Julie Bennett me corrijo com um sorriso presunçoso. Mas tudo estava voltando a normalidade, onde eu facilmente manipulava todas as situações. Onde eu sempre sei o resultado final e sempre tenho a última palavra. Na mais absoluta ordem.

Eu devia saber que meu casamento com Julie seria um sucesso. Quer dizer, teve um tempo que duvidei da minha própria sanidade, por insistir em me casar com uma pessoa meio descontrolada como Julie. Ok, meio descontrolada é um eufemismo. Julie é um trem desgovernado que passa por cima de tudo com sua impulsividade e histórias mirabolantes, deixando apenas um rastro de confusão no caminho.

E foi assim que ela deixou minha vida. Mas se estar com Julie era uma aventura onde eu não conseguia prever onde íamos chegar, também logo percebi que havia algo de camicase em mim, que em vez de afastá-la apenas fazia tudo para trazê-la ainda para mais perto, como o casamento que era para ser de mentira e se tornou uma cerimônia de verdade como manda o figurino com direito a lua de mel em Paris e um bebê a caminho.

Eu poderia ter sutado com a ideia de um filho tão cedo, mas o que era usual em se tratando de meu relacionamento com Julie? Então assumi que ia administrar aquela situação como administrava a DBS. E tudo ia dar certo, afinal eu era um fodido CEO. E agora sócio.

Porra! Eu sou mesmo muito bom.

E até tinha conseguido que Julie me perdoasse depois dela ter ficado brava comigo quando acabei com a festinha descabida dos funcionários. Claro que eu devia saber também que sexo sempre funcionava com Julie. Se tinha uma coisa em que éramos malditamente bons juntos era nisso. Não foi assim que tudo começou? Com Julie respondendo minha proposta de fingir ser minha noiva com uma contraposta que incluía nós dois fodendo? E foi a melhor negócio que fiz na vida.

Estamos casados. E esperando um bebê.

E tínhamos conseguido driblar toda a confusão que nosso indiscreto relacionamento causou na empresa. Agora era só manter a discrição quanto a gravidez e não ceder a vontade que eu tinha de fodê-la cada vez que a chamava na minha sala. Hoje tinha sido apenas uma medida extrema de contenção de danos. Eu me senti culpado de deixá-la magoada com minha bronca aos colegas e precisava que Julie me perdoasse e entendesse que quem mandava ali era eu.

Posso estar apaixonado por ela e muito ansioso para tudo o que viveremos juntos na nossa nova vida de casados, mas ainda sou o CEO ( e sócio) desta empresa. E agora mais do que nunca tenho que demonstrar minha autoridade e habilidade para manter tudo e todos na linha.

— Simon!

A voz cavernosa de Natasha na porta da sala me faz sair do meu devaneio.

— Porra, Natasha, que susto.

Minha secretária está parada na porta com seus trajes pretos e olhos arregalados sem expressão.

Será que ela fazia isso de proposito, será que tinha noção que me assustava pra cacete às vezes? Eu ainda não descartei a ideia de que ela arquitetava meu assassinato com requintes de crueldade usando o grampeador contra meu crânio. Ou socando minha cabeça na quina da mesa. Ou envenenando meu café, ou...

— Os acionistas chegaram, estão te aguardando na sala de reunião junto com o Justin Taylor — anuncia.

Caralho, me esqueci completamente do novo gerente de Relações Públicas.

Um bebê Inesperado - DegustaçãoWhere stories live. Discover now