- O que está pensando? - Luísa me perguntou- Você não abriu a boca um segundo desde que entramos nesse carro.

Eu dei de ombros admirando como se fosse a primeira vez, as ruas com prédios antigos e alguns modernos de Lisboa. O cel azul, o sol quente, eu nunca me cansaria desse lugar, tão lindo e detalhista.

- Estou bem, se é isso o que quer saber.

- Sorria amiga, vamos nos divertir! expulsa esse tensão!

- Não consigo.

- Você está tão tensa como quando eu fui dar a luz. Céus, achei que eu iria desmaiar e nunca mais acordar.

- Você me faz todos os dias não querer filhos.

- Filhos é bom, eu amo o James. Mas não devemos romantizar como as pessoas fazem pelo mundo inteiro. Doi, cansa, você atinge um ponto de cansaço que nem sabia que existia, tudo isso é complicado. Mas eu não tiro a razão de quem diz que quando vemos o sorriso da criança destinado apenas a nós mesmas apaga nem que seja por um segundo essa merda toda.

- Você é uma ótima, mãe. - Digo a encarando com brilho nos olhos. Quem nos conhece tão profundamente sempre acharia que eu seria a primeira a ter filhos, não por ser uma mulher safada, mas por eu ser tão mais amorosa com as pessoas.

Ela sorriu calorosamente, parece ter pensado o mesmo que eu.

- Obrigada, mas em outras palavras, essa é suas férias e minhas também. Vamos esquecer um pouco da nossa vida longe daqui e aproveitar o momento, ao menos tente.

Assenti, não sabia se conseguiria, mas eu tentaria como ela está me pedindo.

- Diego me pediu para conhecer os pais dele, ontem.

Ela voltou seus olhos para mim

- Tá explicado porque tomou a decisão tão rápido - soltou uma risada - Eu nunca vi uma pessoa com tanto medo de compromisso sério como você.

- Não tenho medo, só não acho o momento ideal.

- E quando vai ser o momento ideal? - perguntou - Vocês namoram há um ano, Lily.

dei de ombros sem saber o que falar

- Eu vou dormir, quando chegar ao hotel me acorde.

Não sei quanto tempo eu dormi, mas aposto que eu estava sonhando

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Não sei quanto tempo eu dormi, mas aposto que eu estava sonhando. Não é possível, eu disse para Luísa me acordar quando chegassemos ao hotel. E não a casa grande e confortante dos Peterson.

Abri mais os olhos, Merda, não estou sonhando. É real, eu realmente estou em frente a casa deles. Olhei ao redor, estou sozinha no carro, Luísa está lá fora tirando nossas malas do carro junto do taxista. Por que diabos estão tirando as malas aqui?

VOLTANDO PARA VOCÊWhere stories live. Discover now