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Any Gabrielly

Não há nada que eu odeie mais no mundo que ressaca. Beber é legal e tudo mais, mas, o dia seguinte é um inferno.

Pego a toalha que Heyoon me emprestou para ir tomar um banho. Minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento.
Me livro das minhas roupas depressa, entrando debaixo do chuveiro. Tomo coragem para ligar a água fria, mesmo fazendo um frio do caramba hoje.

I thought the love was all but a legend – cantarolo a música que compus com um amigo, dois anos atrás. Harmonizo a música em silêncio.

Queria poder ter conseguido salvar todas as músicas que eu compus antes do meu antigo "empresário" rouba-las de mim e registrar como suas, por sorte, consegui salvar Legends.

Any, preciso usar o banheiro agora! – Heyoon bate forte contra a porta de madeira, fazendo um eco enorme no pequeno banheiro.

— Já vai! – digo, saindo do banho. Me enrolo na toalha e deixo o banheiro sem vestir a minha roupa.

Heyoon entra voada, levantando a tampa da privada para vomitar.
Ela bebeu mais que eu ontem, é compreensível sua ressaca estar pior.

Visto minha calça jeans, uma blusa de manga comprida e um casaco de moletom, que Heyoon me emprestou. Arrumo minha bolsa com algumas roupas dentro do armário do quarto, pegando apenas meu celular e minha carteira.

— Yoon? – bato na porta.

— Pode ir para o seu encontro, amiga, eu vou ficar bem – ela abre a porta, me dando um abraço apertado.

— Não é um encontro – reviro os olhos. — Eu te amo e volto logo – dou um beijo em sua testa.

Estou quase morando com Heyoon de vez. Apesar de nossas casas serem próximas, ficar aqui parece ser melhor. Claro que eu sinto falta da minha mãe e da minha irmã, mas estar com sua melhor amiga, que tem um cronograma parecido com o meu, é o que qualquer pessoa iria querer.
Minha mãe trabalha bastante, e minha irmã fica no colégio quase por hora integral, e ainda tem minha avó, que toma conta da casa por uns meses antes de voltar ao Brasil, e eu fico longe o dia todo, não há muita interação em casa. Mas, com Heyoon tendo os horários parecidos com o meu, estamos o tempo todo juntas.
A casa é pequena, mas é suficiente para nós duas.

Mando uma mensagem para Harvey, avisando que estou saindo de casa, e o encontro em dez minutos na porta da biblioteca da cidade.
Passo um olho rápido pelas mensagens do grupo com meus amigos, ignorando-as. Há também umas mensagens de Josh, mas eu não abro para ler.

Decido ir de transporte público dessa vez. Estou gastando tanto com Uber ultimamente, que vou entrar no prejuízo, mesmo que as tarifas aqui sejam bem baixas.
Pelo que eu me lembro, vou caminhando para um ponto onde vende bilhete para o ônibus, aqui é bem mais complicado que só fazer sinal, entrar e depois pagar ao trocador, mas em compensação, é mais organizado que no Brasil.

Espero uns cinco minutos até o primeiro ônibus passar.
Sento no fundo, perto do mapa da cidade, só para eu conferi-lo e acabar não me perdendo.

— Pero no quiero, mamá – ouço uma pequena menina dizer, na hora, me lembro de Sabina quando está bêbada e esquece todo seu inglês. A mãe da pequena garota diz algo que não consigo entender, repreendendo a filha. Apesar de português e espanhol soarem próximos, ainda é muito diferente.

THE TEACHER {beauany}Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ