Capítulo 13 - A arena

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-Você já tentou? - eu pergunto curioso ainda com ar desafiante.


Ele me olha e suspira, ainda sentado ele gira a cadeira e levanta levemente a camiseta mostrando seu torso cheio de marcas e cicatrizes, além do que dava para ver que ele estava muito magro e suas costelas apareciam sem esforço.


-Digamos que eu já tive o meu quinhão de tentativas e de rebeldia- ele fala e abaixa a camiseta voltando a posição original e pega o tablet que estava perto mudando de assunto e ficando mais animado- Mas e você!? Claramente você leva todos os programas que simulam personalidade a um novo patamar, eu nunca ouvi falar do seu modelo é novo no mercado?


-Eu...- eu fico com receio de falar, nunca ninguém tinha perguntado antes, talvez somente Bryan, as pessoas só me tratavam como um objeto, ninguém nunca mostrou interesse- Meu nome é Joshua Gray e eu sou uma pessoa.


Com uma risadinha e um olhar descrente ele responde- Olha, não querendo te desapontar, mas você não tem nada de orgânico aí meu amigo.


-Eu sei! Eu...Sou a consciência de uma pessoa que realmente existiu- nisso ele muda a postura largando o tablet e se curvando para ficar mais perto de mim, colocando os cotovelos nos joelhos e as mãos com os dedos entrelaçados na frente da boca e em seu rosto tinha curiosidade genuína.


-Conte me mais ...

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Após contar tudo desde minha vida anterior como vivo, meu acidente, minha volta, meu relacionamento, minha vida pós-ressurreição, a expulsão, o clube, Bryan, a fábrica, os trabalhadores e o lixão. O homem que eu vim, a saber, que o nome era Henry ficou em silêncio, ao que parece chocado. Em todo o momento que eu ia contando, seus olhos não paravam de brilhar com curiosidade e realmente se sentindo mal nas piores partes. Ele nunca mostrou desinteresse ou repulsa DE MIM, mas mostrou raiva e revolta, nojo e tristeza POR MIM.

-Cara...Eu realmente não sei o que te dizer...Eu sinto muito! Que coisa horrível! Essas pessoas...A começar pelo seu ex que belo filho da puta! Não me admira você estar tão arisco com as pessoas.

-Eu não devia ter te atacado. Sinto muito, também!- eu falo arrependido.

-Nah! De boa! - ele fala tímido- Só... Acho que seu sofrimento ainda não acabou- ele comenta agora meio tristonho e eu olho curioso- Estamos numa rinha Josh, eles vão te forçar a lutar- ele fala quase chorando- E eu não quero vê-lo destruído por algum robô sem alma, só para divertir esses babacas e dar dinheiro para esses merdas!- ele termina claramente soltando lágrimas e soluçando.

-Henry, por favor me libera - eu peço.

- Ah! Sim, desculpa. LMA5 online! - ele fala fungando e enxugando as lágrimas tentando disfarçar o choro e eu, livre do comando, ando calmamente até ele e o abraço.

-Eu não quero que esses cretinos matem mais uma pessoa- ele fala agora chorando alto e me abraçado mesmo eu não tendo mais a pele artificial.

-Como assim Henry?

-Minha mãe Grace- ele falava entre soluços e chorando muito- Eu comecei a trabalhar aqui como bico, pra ajudar a pagar os remédios dela até que ela estava melhor e eu decidi parar, eles a mataram Josh!- ele fala e se agarra em mim mesmo sem a pele para cobrir meu esqueleto de metal- Me trouxeram para cá, eu não saio a seis meses!

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