Toques discretos e Palavras a mais

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O caminho até o apartamento de Jessin era rápido, mas naquele dia especifico, pareceu uma eternidade. Seja pela tensão que se instalava naquele cubículo de quatro rodas ou pelo fato de o dedo mindinho da mulher que tanto amou estar roçando em sua coxa farta.

Cris não havia recebido nenhuma mensagem dos amigos diante o seu sumiço repentino, mas sabendo bem os amigos que tinham, eles acharam melhor não atrapalhar. Seja lá o que tivesse de ser atrapalhado.

- Então babe, como está se sentindo? – Jess que continuava a dirigir com toda a sua postura intimidadora, se pronunciou depois de alguns minutos de silencio total. Ela tinha o ar de que estava tudo bem, por saber que Cris gostava de apenas ouvir musica no carro. Mas pra Cristin, não estava tudo bem.

A morena menor a olhou de soslaio e suspirou profundamente. Estava perdida em meio a situação e a pergunta.

- Com fome, mais precisamente.

Uma gargalhada forte fora ouvida, fazendo com que todo o corpo da menor se sentisse colado a uma rede elétrica, fazendo seus pelos voarem para as colinas.

- Muito bem, pelo que vi em meu celular, minha mãe deixou tudo pronto para mim... nós, na verdade. E terei que te alimentar muito bem, - Olhou para Cris, esperando o portão da garagem do condomínio abrir. – Por que se não a Sophia disse que me degola. – Sorriu, vendo que o rosto da menor ainda estava estagnado no lugar assim como seu corpo.

Nada mais foi falado, até o momento de descer do carro. Cristin desceu relutante, fazendo seu cérebro pensar se realmente teria sido uma boa idéia voltar para esse local. Perdida em seus pensamentos, sentiu uma mão em sua cintura, a guiando para longe da porta do carro, sendo a mesma, fechada logo em seguida.

Seu corpo se moveu juntamente com a mão que ainda permanecia em sua cintura, e só então acordou de seus pensamentos, afastando-se da mulher ao seu lado. Limpou a garganta e entrou no elevador junto com a outra.

Logo depois de um suspiro, Jessin se colocou de frente para Cristin, levando seu queixo e fazendo ela a olhar nos olhos.

- Eu sei o que está sentindo. Sei o que está pensando e também sei que não precisa ficar travada perto de mim. A gente se conhece a um bom tempo, pra mim não ver que está se sentindo perdida. Sempre soube que podia agir naturalmente comigo, não vai ser diferente agora. - Sorriu e sentiu o corpo da menor relaxar em sua frente. Jessin não podia negar esses olhos castanhos, não podia negar a boca pequena e carnuda, nem mesmo as bochechas gordinhas. - Você está tão linda. - Tinha se perdido nela, que só acordou quando as portas do elevador se abriram, revelando o corredor que dava até a porta do seu apartamento. Sorriu uma ultima vez, e se atreveu lentamente a beijar a testa da menor. Era o único local em que se sentia segura de si para tocar com os lábios.

Cristin permaneceu apenas respirando como podia. Era inegável que ela já tinha atravessado todas as portas, muros, grades e janelas trancadas em seu coração. Se existisse algum destino guiando a vida das pessoas, ela jurava que esse seria o dela. Aqui, olhando para a mulher alta, negra, ombros largos e sorriso aberto em sua frente, com a mão estendida, esperando ela caminhar ao seu lado.

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NA: Espero que vocês estejam gostando, atrasei um pouco por que estava na correria da vida adulta. Não tinha dado nenhum pronunciamento certo mas eu só queria que as pessoas sentissem algo nessa história, sentissem o meu sentimento nela. Quem sabe um dia a gente tome um café juntos para falar sobre o amor?

Até lá, bons próximos capítulos!

Shallon.

Tudo que termina...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora