Guri.
Esverdeado sobre a lama do rochedo
Ressabiado procurando a fonte
Entre as três da tarde
Segue a neblina!As gotas silenciosas seguem a tarde
E Seus cabelos afoitos
Entre as quatro da tarde
Segue o guri!Como a voz do vento
Feito raio de um trovão
Segue andante sobre a margem
Vi o guri!Seus pés sobre a ribanceira
Formava apoio sobre a água que descia
Sua fisionomia desprendida
Soluçava como fogo sobre a palha
Seus gritos confundia ao trovão
Enquanto seus movimentos confundia ao vento!Eram as cinco da tarde!
E suas mãos mirava o oeste
Sobre suas vestes
Transparecia o orvalho
Que a relva cobria!Seguia as seis horas
E sobre o caminho se despedia
Embora pouco franzino
De longe eu via!Entre as sete horas
E um quarto da noite
Sobre seu aposento refletia
Pensei que fosse oração
Mas era canção de alegria!Entre os espaços vagos de silêncio-
Cochilavam_se sobre o olhar das candeias
Acesas mirando a face alva
Confundida com a noite ensolarada de estrelas!É manhã
E devagar seguem a rotina
Implorando ao vento à calma
E ao céu miram as nuvens
Sobre as pequenas mãos em oração
Que mais uma vez
Desça água pro sertão!( O instante)