LETRAS DOURADAS

Carlos vendo a cena, ficou meio sem saber o que fazer e fincando a prancha na areia sentou-se, enquanto seu irmão conversava com a moça. Depois de longos minutos de beijos e abraços, João se desculpa com Paula, por não ter apresentado antes seu irmão Carlos, apesar que os dois estavam juntos no luau. Mas como Carlos havia ido embora antes de seu irmão ficar com a Paula, os dois ainda não se conheciam.

- Paula: Sem problemas! Como vai Carlos? Deixa eu te apresentar a minha prima.

- Vem aqui Sara, deixa eu te apresentar o João de quem te falei esta manhã e seu irmão Carlos. Lembra?

- Sara: Claro que lembro, na verdade você não parou de falar nele a manhã inteira. Olá João, tudo bem? Prazer Carlos.

Carlos um pouco intimidado pela beleza de Sara, ficou sem falar por alguns segundos, o silêncio só foi quebrado por João que não perdia a oportunidade de fazer uma piada.

- João: O que foi Carlos? Um gato comeu sua língua? Soltando uma bela gargalhada, o que só serviu para deixar Carlos ainda mais encabulado e vermelho.

Sara sendo muito educada e notando a situação em que ficara Carlos, mudou o foco da conversa e disse: Que dia lindo né gente? Carlos queres dar uma volta, para deixar os dois namorando um pouco? Eu adoro caminhar à beira-mar.

- Carlos: Claro! Prazer Sara! Vamos sim, eu também gosto muito de caminhar à beira-mar.

Foi assim que Sara e Carlos se conheceram, e naquele dia caminharam, conversaram, riram muito que nem viram o tempo passar, pareciam que já se conheciam a muito tempo. E como estava apenas começando o verão, fizeram isto praticamente todos os dias em que podiam se encontrar. Como Carlos era muito tímido, ele demorou um mês para tomar coragem de beijar Sara, apesar de tantas chances dela para que isso acontecesse desde o segundo encontro dos dois. Na verdade, não demorou mais graças a um parque de diversões, com uma roda gigante já bem rodada que travou por quase meia hora, enquanto os dois estavam na parte mais alta. Naquela noite tudo cooperava para que o beijo que Carlos tanto treinou no espelho em seu próprio braço saísse. Parecia que alguém havia laçado a lua e puxado ela para iluminar o local, navios pescavam não muito longe da costa, e pareciam velas em meio ao mar que refletia também a lua como em uma pintura sobre um quadro gigante, esta era a vista dos dois. Como se já não bastasse, alguém fazia uma serenata com violino, sax e violões à cinquenta metros da roda gigante, servindo de fundo musical para o clima de paixão entre os dois. Sara agarrada em Carlos por estar com medo de estar em uma roda gigante travada, e também aproveitando o acontecido exclamou: A noite está perfeita hoje! E Carlos sem querer, disse em voz alta o que pensava: É agora ou nunca! Com a mão suando frio, segurou a mão de Sara e a beijou sem a deixar pensar. Depois que terminou de beijá-la, Sara ficou como em choque. Carlos preocupado, já começou a pedir desculpas e disse que não deveria ter beijado ela. Sara abriu um sorriso, colocando seu indicador sobre os lábios dele, em seguida o beijou, deixando-o em êxtase que o fez soltar um grito de alegria. O mecânico do parque que trabalhava para fazer funcionar novamente a roda gigante, achou que o moço iria pular, gritou lá de baixo: Fica aí, não pula! Só mais dois minutos, já vai voltar a funcionar. O que fez os dois soltarem uma risada gostosa.

O namoro evoluiu, as coisas entre os dois fluía muito bem, e quatro meses depois os dois já estavam noivos, e um ano depois já estavam casados. Os dois cheios de sonhos, foram morar em uma casa humilde. O pai de Sara doou o terreno e o pai de Carlos construiu a casa para o jovem casal. Já era o bastante para os dois, que apesar de não terem sobras, sabiam aproveitar o que tinham, e assim eram felizes. Os dois trabalhavam, ele como representante comercial e ela trabalhava como secretária.

Com um ano de casados, Sara descobriu que estava grávida, na troca de anticoncepcional, pois o que ela usava não a estava fazendo bem, não se cuidaram e ela engravidou. Apesar de sonharem em ter filhos, a notícia os pegou de surpresa, pois haviam se programado para que isso viesse a acontecer mais à frente. Mas a surpresa se transformou em alegria e projetos, no projeto do quarto do bebê, do nome em que dariam se fosse menino ou menina. Resolveram assim, se fosse menino, Carlos escolheria o nome e se fosse menina, Sara escolheria. No quarto mês, através de um ultrassom, descobriram que seria menino. O que deixou Carlos muito feliz, pois poderia ensinar ele a jogar futebol, que era seu esporte favorito, e decidiu dar o nome de um famoso atacante que o seu time de coração havia tido. Se chamaria Peter! Sara gostou do nome e os dois concordaram em colocar este nome. O menino nasceu, foi um parto muito tranquilo, assim como todo o período de gravidez, e a alegria tomou conta da família, foi aquela festa. Quando Peter completou um ano, Sara e Carlos decidiram ter outro bebê, pois Sara queria ter muito uma filha e resolveram tentar, já que ainda estavam no embalo do primeiro. Três meses depois Sara já estava grávida, muito enjoada, fez o teste e constatou a gravidez. Desta vez, apenas no quinto mês constataram o sexo do bebê. Sara dava pulos de alegria. Era uma menina! Que se chamaria Ester.