Prólogo

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Hampshire, 12 de novembro de 1814

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Hampshire, 12 de novembro de 1814.

Era uma noite agitada em Beaumont Abbey, devido à grande festança realizada para comemorar a colheita do condado. Lorde Frederick havia convidado, com o auxílio de sua condessa, todos os arrendatários e alguns amigos íntimos da nobreza para celebrar o ano produtivo que se passara.

Lorde Henry e lorde Joshua, os filhos mais velhos do casal, se encontravam entre os convidados, celebrando e conversando com todos, enquanto as ladies Natalie e Mary observavam, das grades da galeria, escondidas dos olhos de todos, a imensa festa que se desenrolava no andar inferior.

— Quando será que poderemos participar disso? — Mary tinha os olhos azuis brilhando intensamente. — Todos parecem tão felizes!

— É verdade — Natalie concordou animada, sentindo o rosto corar. — Mas três anos passam depressa, logo faremos parte disso tudo.

Mary cutucou a irmã.

— Ora! Para você, serão dois anos; para mim, ainda faltam três!

Natalie riu e revirou os olhos.

— Pare de drama, Mary. — Ela acariciou o braço da irmã. — Passará voando, e logo seremos nós dançando neste salão, como mágica.

Mary concordou e continuou a observar o movimento constante no andar inferior. Elas deveriam estar na cama, já havia passado da hora de dormir, mas nenhuma das duas conseguira conter a curiosidade do que acontecia no andar abaixo.

Já estavam ali há mais de meia hora, apenas observando tudo, e Mary começava a se entediar. Não demorou a sentir os olhos pesarem e a bocejar abertamente.

— Acho que deveríamos ir deitar.

Natalie a fitou.

— Pode ir — ela respondeu. — Irei daqui a pouco, só quero ver tudo por mais um tempinho.

Mary concordou e se despediu da irmã sem demora, seguindo para seus aposentos. Natalie observava tudo atentamente, ciente de que poderia ser flagrada pela mãe e ficar de castigo por um mês, mas preferia correr o risco a viver na ignorância dos bailes até sua estreia na temporada.

Aos dezesseis anos, a garota loira era considerada uma beldade por todos que a viam, e não passava um dia sequer sem que alguém elogiasse sua simpatia. Natalie era amigável e, apesar da timidez, nunca demonstrava desagrado para quem quer que fosse. Sabia que uma dama deveria ser educada e alegre, e, portanto, o fazia com maestria.

Desse modo, quando o senhor Jackson, um dos arrendatários da família, subiu as escadas em sua direção, Natalie lhe deu um belo sorriso. Ela permanecia sentada no chão, com as mãos segurando a grade da galeria, que permitia uma visão aberta do térreo pelo primeiro andar.

Senhor Jackson era um dos agricultores de sua família e tinha duas filhas com a idade de Natalie. Elas não se viam com frequência, mas a jovem sabia que sempre trabalhavam muito com o restante da família.

O Mistério de Lady Natalie | Irmãos Blackburn 2  [APENAS DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora