Capítulo 1

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1 – "Viver é sofrer?" –

Mesmo quando não há esperança ou nada tem sentido, o poeta faz da sua tristeza e dor uma obra de arte.

2 – Aceitando a vida como ela é –

Fugir da dor é fugir da própria vida, a dor faz parte da vida.

3 – Um gênio incompreendido –

O que um homem escreve desvenda o seu coração.

4 – A esperança –

Há momentos da nossa vida em que nada faz sentido, já não conseguimos acreditar em nada, em ninguém. O mundo parece ser vazio, sentimos uma profunda tristeza, dor, pensamos em desistir de tudo e outra vez retorna aquela sensação de sermos oprimidos por uma angústia insondável. No entanto, sempre que tivermos decepções com a vida, a esperança aparecerá para nos fazer acreditar em nossos sonhos, e mesmo quando soubermos que não é possível realizá-los, não desistiremos de lutar por sua causa. De alguma forma a esperança traz a convicção de que podemos realizar todos os nossos desejos e objetivos, acreditamos incondicionalmente que mais cedo ou mais tarde aquele sonho pode se tornar real. Mesmo quando estamos em situações difíceis, nos piores momentos da nossa vida, ainda temos força e a confiança de que amanhã tudo será diferente. Será que o medo de continuar vivendo uma situação dolorosa provoca em cada pessoa uma necessidade de ilusão?

Se a vida trouxe sofrimento e dor, sentimos necessidade de imaginar outra realidade para acreditarmos que está nela a felicidade que sempre procuramos, e então desejamos vivê-la para não nos perdermos no sofrimento e no desespero do mundo real. Para citar um exemplo, quando amamos muito uma pessoa e depois descobrimos que essa pessoa não nos ama, que não somos correspondidos, percebemos que essa realidade nos faz sofrer, por isso não queremos acreditar nela, embora seja real. Ficamos ali, sozinhos no quarto, olhando pela janela, distantes de tudo e de todos, imaginando outra realidade para fugir do desespero, da tristeza, tentamos de todas as maneiras convencer a nós mesmos de que no futuro aquela pessoa poderá nos amar, que ainda poderemos tê-la em nossos braços, que algum dia ainda estaremos juntos. A cada instante por causa da esperança pensamos nessa ilusão como uma certeza, iludimo-nos com muitas mentiras, certamente, pensamos que mais cedo ou mais tarde o nosso desejo será realizado para podermos esquecer as dores e as lágrimas do passado. Aí se encontra precisamente a sua definição – esperança é a ilusão de outra realidade criada pelo medo do sofrimento vivido.

5 – Os interesses por detrás das ações benevolentes –

Na maior parte das vezes somos injustos com os outros, porque erroneamente julgamos todo o caráter ou a essência das pessoas conforme os nossos interesses momentâneos. De tal modo, tratamo-las circunstancialmente como "boas" ou "más", sempre de acordo com aquilo que queremos obter naquele momento. Por outro lado, temos muita sorte de não saberem exatamente o que pensamos, sentimos e desejamos, ou melhor, as nossas intenções, porque provavelmente teríamos vergonha das nossas ações se os outros soubessem os verdadeiros motivos e os interesses que tivemos para praticá-las.

6 – As criações do medo –

Os filósofos antigos tinham certa razão quando falavam que deveríamos combater todos os nossos "medos" através da "esperança". Entretanto, eles se esqueceram de dizer que os homens de todas as épocas, para fugirem dos seus medos e conseguirem encontrar um sentido para sua existência, tiveram que criar esperanças a partir de mentiras.

7 – Resposta a Protágoras: "Conhece-te a ti mesmo!" –

Se até hoje o homem ainda não conhece profundamente nem mesmo a si próprio, logo como poderia ser "a medida de todas as coisas"?

O Desespero da Existência: Aforismos, máximas e reflexões de filosofiaWhere stories live. Discover now