Capítulo 1: I Like It

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Como se tivesse feito algo engraçado, ele ri para a câmera, o sorriso bonito, ele gargalhou alto balançando a cabeça, cantarolando melodicamente, sensualmente, olhos adoráveis. Naturalmente seu gracejo flutuava, mais tentava ignorar, menos conseguia, a canção puxava-o e torcia seu núcleo.

Vergonha, foi o que sentiu, nada de estranho acontecia ali, inferno era só Xiao cantando, mas, parecia que ele se despia, era desconcertante!

Os Likes subiam, Muitos comentários, alguns estrangeiros, muita gente, muitas pessoas...

A daninha formigava, queria nascer de sua pele, queria aquele sorriso apenas para si.

Enfurecido deligou, precisava trabalhar.

Ele não era seu.

Pare de se iludir.

A simples alteração de humor deixou  um sabor amargo pelo resto da semana seguinte.

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Mais do que ideias conflituosas era a sensação de pura insatisfação. Como olhar para ele novamente? Já estava ficando insano; visitava seu perfil, vasculhava seus últimos lugares, algumas fotos tiradas por si mesmo, em algum café, ou em algum lugar desconhecido, sempre sorrindo. Yibo sorri para todas, quase no reflexo, independente de onde estivesse.

Quando havia se tornado assim?


No seu colo o romance descansava, apanhara numa biblioteca, era um clichê dos romances, nada de novo, ou inusitado, mais um de várias. Mesmo assim, lendo no sofá da sala Yibo relaxava, ou tentava. Perdeu o interesse no quinto paragrafo da segunda parte, a mocinha era tão sem sal e tempero, largando de lado, preferiu esticar as costas demoradamente, seu telefone toca.

— Você não vai acreditar, vão refazer o final! — Uma voz animadíssima grita do outro lado, depois várias risadas.

— O quê, que final...— Sua voz pareceu entalar.

— Que final? Está em que planeta Yibo! O do Indomável, o diretor vai fazer um final alternativo, isso não é maravilhoso, os fãs irão adorar, você não acha?

Yibo respondeu com sinceridade: — Não sei — Ele realmente não sabia. Não gostaria de soar seco e inexpressivo.

A ligação ficou estagnada, a respiração do outro lado se tornou silenciosa, deu para perceber uma leve chateação, mesmo curta. Passageira. A fria sensação machucou, ele pessoalmente ligou para avisar, não foi o diretor ou qualquer um, ele poderia apenas ter mandado uma mensagem, ali, sem quase contato, ao olhar para trás, a censura lhe deu um tapa merecido na cara.

Ele se delimitou a dizer: "Ah!" Daquele jeitinho sem graça que já viu, e ouviu, imaginou Xiao naquela postura dele de "Tudo bem então", abrindo os lábios, movimentando as sobrancelhas da estranheza que às vezes era seu ex-colega de profissão, ele permaneceu calado por um tempo, apertando a ponte do nariz sentindo-se estúpido e ao mesmo tempo infantil.

— Desculpa, eu não quis ser uma má pessoa, só tive uma semana...cansativa.

— Humm — resmungou baixinho.

"Estava pensando em nos reencontrar, sabe? Faz tempo que não nos vimos". Yibo quis dizer, mas falhou, sua língua não parecia obedecê-lo, então, a conversa morreu com uma despedida comum e assim se foi, como um aceno, breve e rápido.

Um silencio profundo e sepulcral envolveu o ambiente, o telefone, agora mudo foi jogado na parede.

— Idiota...eu sou um completo idiota.

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Chovia muito, mais do que o normal para uma temporada, o motorista seguia pelas rotas mais "tranquilas", Yibo sempre gostou de um ambiente mais tranquilo, isso é fato, todavia, aquele extremo começava a irritá-lo, os longos dias ensolarados parecia ser apenas uma boa lembrança, estava frio, húmido, algumas regiões, as mais afastadas estavam sem luz, e boa parte das pessoas acordaram assustadas com o volume absurdo de água.

Ele mesmo perdeu o sono por causa disso.

O episódio que acabou sabendo sobre a novidade mostrou-se mais agridoce em sua boca, não queria ter que ir a esta nova reunião, algo muito inusitado sim, seu ego está dolorido, em momento de solidão ainda pegava olhando para a vida agitada da visão mais bela de todas. Sabia quase de tudo que era postado, no começo, ficava mais ao lado dele, ouvia suas criticas sobre como as pessoas estavam o chateando com mais frequência, era o preço da fama, era sufocante. As coisas foram se desvinculando por conta do tempo, e trabalhos paralelos, e viagens internacionais, e conquistas pessoais.

Uma batida tirou da letargia, um homem segurava um guarda-chuva do lado de fora, o prédio estava com um punhado de pessoas, alguns eram fotógrafos, outros, sabe-se lá o que queriam. Segurando forte um suspiro saiu, um segurança abria espaço, fleches de luz, não estava com animo para conversar com a impressa, acenou sendo guiado, enquanto ouvia o falatório, balançava a cabeça concordando, seu estomago doía assim como a cabeça. Não havia comido nada, e nada parecia querer descer também.

Sem fôlego por ter andado um pouco rápido demais, Yibo consegue chegar em um corredor silencioso, dava para ver que havia uma pessoa, estava sentado confortavelmente em um sofá, uma xicara descansava do seu lado, aquela pessoa lia um clássico, sabia, pois na época da faculdade uma colega emprestou este mesmo livro: A Época da Inocência. Era um bom tom de livro, o que era curioso, era sua concentração luminosa.

Xiao estava bem ali, e muito desajeitado não soube se ficava parado, ou se caminhava. Os lábios seguiam na leitura, podia jurar que um sorriso tenro havia enfeitado. Ele olhou através do livro, emoções derraparam, até que uma cortina de seriedade apareceu para estragar a nova nuance de seu rosto.

Um fluxo de sangue subiu, Yibo estava um pouco à frente com as mãos dentro dos bolsos, uma série de palavrões rodearam cada cantinho da tempestuosa cabeça, ombros redigidos e costas eretas como um bom mastro, se sentia assim: um navio no meio de uma tempestade que pouco a pouco era jogado em um mar, e que em segundos seria engolido, seu navio chacoalhava naquelas esferas hipnotizantes, e questionadores.

— O que foi? — Xiao perguntou sorrindo, cruzando suas longas e maravilhosas pernas.

A mente deu um chute bem no hipotálamo, atordoando, Ele precisava pensar em algo logo, tirando o pigarro da garganta, Xiao parecia vestir a expressão mais inocente. Eles se olharam alguns minutos, e então, Xiao soltou uma gargalhada, era musical demais, deliciosa demais.



"Seu coração é como uma guilhotina,

Severamente me corta fora mas

Como um ogro, eu secretamente vou à você

e vejo sua vida diária todo dia

Cada vez, eu estou atormentado

Oh, droga, que você pensa de mim (você)

Enquanto eu contemplo, eu decido não clicar em curtir" 


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NOTAS:  Qualquer erro me comuniquem,  oi oi então é isso, este capítulo tem participação do BTS, I Like It, se quiserem escutar por curiosidade rsrsrs Yibo está experimentando a coceira do tesão, e este Xiao o que acham? tema algo ai? Ou é tudo coisa da cabeça do Yibozinho? Lalalal Bjss 

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