; sete

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- Eu nem sei o que te dizer. - ainda a processar a informação, ele disse.

- Eu sei... - suspirei. - Chico, eu sei que não sou merecedora das tuas desculpas. Deveria ter-te contado. Somos amigos, namorados, não devia ter escondido tal coisa. Mas, por favor, desculpa-me.

- Nonô, por muito que eu queira ficar chateado contigo, simplesmente não dá. - encarou-me e ficamos assim durante alguns minutos. - Sim, devias ter confiado em mim mas, eu até compreendo. Foi uma fase muito difícil na tua vida e não a querias recordar.

- Porque é que és tão boa pessoa? - gracejei e ele soltou uma gargalhada que me encheu o coração.

- Mas... - pausou. - É por isso que tens medo de ser mãe? - murmurou.

Suspirei e encarei o chão.

A conversa que andei a adiar está agora a acontecer e eu não posso mais fugir disto.

- Sim. Eu tenho medo. Tu não sabes como foi o sofrimento. Eu, apenas com onze anos, sofri. Sofri como uma criança não merece sofrer. Eu não quero que isso me aconteça. Eu não quero engravidar e depois estar sujeita a perder o meu filho. Eu ouvia a minha mãe todas as noites a chorar. Eu sabia que, por detrás daquele sorriso que ela me mostrava, estava uma mulher triste e de coração quebrado. Eu sabia que aquele bebé era o sonho dos meus pais. E, ao longo dos anos, quando fui crescendo, tomei a decisão de que não quero ter filhos. Eu amo crianças e foi por isso que decidi ser educadora de infância. Foi por saber que nunca irei ser mãe que, decidi, pelo menos, tomar conta daquelas crianças.

- Sabes que, lá por isso ter acontecido com a tua mãe, não significa que vá acontecer contigo.

- Eu sei que sim, Francisco. Mas não dá. - depositei a minha atenção sobre o computador e voltei a abrir o separador que mostrava as informações sobre a adoção.

- O que é isso? - o lisboeta questionou.

- Informações sobre adoção. - revelei.

- E porque é que estás a pesquisar isso?

- Gostarias de adotar uma criança? - inquiri, olhando-o nos olhos.

Ele leva a mão à testa e suspira.

- Bem, confesso que não estava nos meus planos... Sempre pensei que iríamos ter o nosso próprio filho. - parou mas rapidamente voltou a falar. - Mas se fazes questão em adotar uma criança, então, porque não?

Abri um pequeno sorriso e atirei-me para os braços do jogador.

- Gostarias de entrar nesta nova aventura? - propus.

- Meu amor, eu por ti e pela tua felicidade, faço tudo.

É impossível não derreter com estas frases do Francisco.

Levo os meus lábios aos dele.

- Eu amo-te. - proferi, sorrindo depois de quebrar o contacto.

- Eu amo-te. - retribuiu.

- Sabes... - comecei a mexer nos meus dedos. - Eu achava que, quando tu descubrisses, iria ser o nosso fim.

Ele gargalhou e eu acompanhei-o.

- Mas achas mesmo, Nonô? - ele levou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

- Não me julgues.

- Não era isto que nos iria destruir. Isso te garanto. - beijou a minha testa.

Mal sabia eu o quão enganados nós estávamos.

Oiii

Como estão? Espero que bem.

Deixo-vos aqui o sétimo capítulo. O que estão a achar até aqui?

Also, eu mudei as capas das minhas histórias. Não sei se gostam mas eu gosto. Eu sou muito indecisa e se as voltar a mudar, não estranhem. 😂

Um grande beijinho,

Rita 💓

LUZ ; francisco geraldesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora