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Henry Bowers tinha um cigarro preso entre seus dedos, e quando levava até seus lábios, tragava com vontade. A fumaça escapava de uma vez por sua boca e se espalhava ao ar e vez ou outra chocava-se contra o rosto pálido de Pavlikovsky. E em seguida, o baseado era passado para Boris que repetia o processo. O ambiente era inebriado pela fumaça e tinha um cheiro fresco de erva, o calor era ainda maior para os dois garotos chapados, cujo tinham seus cabelos grudados em seus rostos e carregavam uma grande expressão embargada e seus olhos pesavam, o que tornava suas piscadas lentas e demoradas. Era uma grande batalha continuar acordado quando seus corações batiam devagar, suas respirações eram pesadas e uma tontura os embalava nos braços, dando a impressão de que aquela sala girava sem sessar.

— Então — Henry pegou o cigarro da mão de Pavlikovsky e levou até entre seus lábios. — O que tá rolando entre você e o Kaspbrak?

— Bem, eu acho que nada — levantou seu olhar vagarosamente e encarou Bowers. — Mas por que isso te interessa?

O loiro soltou uma risada nasal e balançou a cabeça negando a situação.

— Não é nada, mas você sabe, ele é estranho pra cacete — riu sozinho. — Por isso ele tá sempre sozinho, ninguém quer ficar perto de um viadinho de merda como o Kaspbrak, não acha?

Boris soltou uma risada forçada e agarrou a garrafa de água que estava ao seu lado. Abriu-a e levou até sua boca. Tomou um pouco do líquido já morno pela temperatura ambiente e umedeceu os lábios por mania. Sua cabeça doía e parecia que ia explodir em qualquer momento, mas, agora, o que ele mais queria era explodir a cabeça de Henry Bowers, apenas. Então, suspirou angustiado e voltou a encarar o garoto loiro ao seu lado. Ele tinha um olhar tão vazio quanto sua própria vida e uma risada presa em seus lábios finos e marcados por machucados recentes. Henry também não era muito de ficar longe de intrigas, sendo ele a causa da maioria delas.

— Acho que depende do ponto de vista — Bowers o encarou confuso. — Se minhas opções forem você, um drogado de merda que gosta de diminuir os outros para se sentir superior ou o Eddie... Bom, eu acho que prefiro ficar com o Eddie.

Sorriu irônico e revirou os olhos. Bowers soltou uma risada alta esperando que Boris o acompanhasse e deixasse claro de que o disse anteriormente não passava de uma piada, mas não aconteceu. Henry, então, calou-se e contraiu sua mandíbula. Largou o baseado, cujo caíra no chão, e pressionou seus punhos ao lado de seu corpo mirrado e magricela. Pavlikovsky, dessa vez, riu e passou seus dedos entre seus fios escuros, jogando-os para trás.

— Não fica bravo — continuou. — Mas você sabe, do mesmo jeito que você fica irritado quando descobrem que seu pau é pequeno, eu fico pilhado quando você fala o que não deve. É simples, Henry.

E essa foi a gota d'água para que Bowers levantasse rapidamente de onde estava sentado e avançasse com um soco diretamente no rosto branco de mais de Pavlikovsky. O moreno, como um grande garoto problema que era, levantou-se e em seguida revidou, e adicionou mais alguns murros como bônus. Agarrou os ombros do garoto loiro, seus dedos ficaram entre o tecido fino e vermelho da camiseta que ele usava, e, então, o chocou contra a parede. Sua respiração ofegante batia contra o rosto agora machucado de Bowers, e o loiro riu alto e sarcástico. Era incrível como nunca perdia a pose.

— Você é um porre, Boris — grunhiu. — Dá o fora da porra da minha cidade!

Berrou contra o rosto do cacheado.

O Amor é uma Vadia | Boris PavlikovskyWhere stories live. Discover now