Rede enferrujada

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Tudo sereno ao final daquele dia de sábado
e os campos pelos quais o meu anjo favorito passou estão vazios.
Sendo balançada pelo vento
ao som da rede enferrujada – cuja qual estou deitada –, da ­­água corrente e dos animais cantantes.

Tiro um leve cochilo e ao abrir meus olhos vejo tudo igual,
exceto pelo fato de você ter voltado.

Você estava tão bela quanto estava no nosso primeiro encontro.

Estava um tanto confusa com este acontecimento: "Por que ela está aqui?", "Por que esta volta repentina?".

Quando você me (re)encontrou, consegui ver que teu rosto deu um leve sorriso – mesmo que eu estava a muitos metros de distância de você.

Enquanto se aproximava, eu me levantava da rede enferrujada.
A cada metro que você estava mais perto de mim, lembrava-me o quanto sentia falta daquele rosto.
Você chegou e abraçou-me.

Em teus braços, percebi o quão apaixonada estava por este ser desconhecido.

Ouvi muitos falarem que já se conheciam de outras vidas,
por isso se sentem tão confortáveis perto de alguém,
mas não acredito em vidas passadas.
Entretanto, acredito que fomos feitas uma para a outra,
principalmente ao escutar "Eu sinto tanto a tua falta" vindo de teus lábios.

Não se ouvia mais a água, os animais e a uns minutos a rede enferrujada,
apenas as batidas aceleradas dos nossos corações.

a flor mais delicadaWhere stories live. Discover now