Capítulo 14

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Giovani

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Giovani

Cheguei a cidade quando já era noite, fiquei ao lado de fora do apartamento até que a rua começou a ficar com nenhum movimento. As luzes estavam acesas, mas as pessoas permaneciam dentro da residência, daqui não dá pra vê as luzes do apartamento da madrasta de Viviane.

Apanho uma pistola com dardos calmantes, visto um colete a prova de balas, por que a maluca tá armada e assim que me vê vai atirar, não vai se entregar fácil, então tenho que aproveitar e derrubar ela primeiro. Mancini não vai gostar, me pediu pra arrastar ela pra Itália, mas aí, agir contra ela, de qualquer jeito, vai ser tenso, o cara é fissurado na esposa e vai surtar de todo jeito.

Ainda não liguei pra ele, Dio, não sei como dizer, ele pode achar que seja algum tipo de traição, que estou saindo pra crescer, inferno. Eu jurei lealdade a ele, isso não vai mudar, nem mesmo eu tomado de volta o que é meu por direito.

Desço do 4x4 e sigo pela sombras, ja estava ciente de que a cerca elétrica nó funcionava, então parei o carro na parte de trás e pulei facilmente o muro, espero, olho ao redor, as janelas do andar mais baixo tinham grades, no Brasil é muito comum, a criminalidade é alta e ninguém nunca tá seguro, nem mesmo em apartamentos como aquele.

Caminho rápido até chegar ao prédio três, que é justamente o da tal Luciana, o apartamento está no nome do falecido pai de Viviane, eu tinha passado a informação pra ela, quando ela me procurou pra descobrir os podres da madrasta. Uso algumas ferramentas para abrir a porta e logo ela abre facilmente.

Tudo limpo e organizado, nada está fora do lugar, mas assim que abro a porta sinto o cheiro forte de decomposição. Dio Santo! Pego uma lanterna pequena em meu bolso e ilumino a pequena cozinha, nada, está vazia, vejo uma panela sobre o fogão e na pia tem alguns pratos. Ela não tá mais aqui, não deixaria isso assim, ela odeia as coisas fora do lugar.

Vou até o primeiro quarto e vejo as roupas de Sara sobre a cama, tem também algumas roupas de bebê e dois brinquedos. Estou de luvas por isso não me preocupo em tocar nas coisas, mas Sara esteve aqui, as duas tocaram em tudo. Dio, Viviane é maluca, está arriscando tudo, sem se importar, a porta do banheiro fica no meio dos dois quartos, está aberto, então, só resta o quarto seguinte, abro e coloco a mão em meu rosto.

Eu poderia rir, se o cheiro não estivesse tão insuportável. Há duas cadeiras, uma de frente pra outra. Em uma a mulher, está arrumada, com um penteado, vejo a maquiagem, o buraco pequeno na testa chama atenção a cor não está boa, as moscas rodeiam o local e algumas estão sobre os dois corpos.

O cara, está sem camisa, tem vários cortes de faca no peito, não tem os dedos em nenhuma das mãos, ela o torturou, provavelmente morreu agonizando, olhando para o cadáver a frente. Fecho a porta.

O que pretendia? Por que isso, esse tipo de atenção não é bom, as pessoas não aceitam esses casos com facilidade, não posso permitir que encontrem esses corpos, as duas nunca mais poderiam pisar no Brasil. Inferno.

Vou até a cozinha e procuro dentro dos armários algum produto de limpeza, não há muitos, mas posso livrar a casa das digitais, não tem como sumir com os corpos. Limpo tudo duas vezes, cada parte, cada canto, observo tudo ao menos dez vezes, não posso deixar nada passar.

Jogo as roupas e os brinquedos dentro de uma mochila, qualquer coisa de valor eu pego, a carteira dos dois só tem cartões de crédito, ela pegou o dinheiro. No banheiro tem duas escovas de dente, pego elas também, verifico o ralo do chuveiro e retiro dele os fios de cabelo.

Vou e volto nos cômodos, tentando lembrar de algo que eu possa estar esquecendo. Não há câmeras, já tinha visto isso antes, assim é bom. Saio com as coisas, fecho a porta e depois forço até que ela cede, dando a impressão de ter sido arrombada para um assalto. Ótimo.

Saio com cautela, eu sou o único que pode entrar e sair do Brasil sem ter a polícia atrás de mim, Mancini e os gêmeos só entram através de aeroportos clandestinos, e isso requer muito dinheiro pra suborno, agora tem Viviane, espero que ela não comece a deixar rastros de corpos por onde passar, isso não é aceitável e chama muita atenção, não da polícia, que isso é fácil lidar, o problema é lá, o lado de lá da máfia. Maluca.

Não faço ideia para onde ela possa ter ido, pulo o muro, entro em meu carro, abro o MacBook e vasculho informações desse tal Raul, ele trabalhava no hospital em que Viviane trabalhava quando conheceu Mancini, tem um apartamento a meia hora daqui.

Ligo o carro e sigo para lá, é um tiro no escuro, mas ela pode ter pensado nisso. Paro em frente a casa, está escuro, espero um pouco, desço, rodeio a casa, com facilidade consigo entrar, mas está vazia, vasculho, mas não há indícios de que ela esteve ali. Droga. Viviane é escorregadia demais.

Pego meu iPhone e ligo, não posso mais adiar, não faz mais sentido e quero que ele saiba por mim.

_Capo. _Ao primeiro toque ele atende, está aguardando notícias o tempo inteiro.

_Encontrou?

_No, perdono. _Ele joga algo do lado de lá, xinga.

_Você quer morrer Giovani? _Recosto na parede da casa. _Por que é isso que vou fazer, traga a mulher, a amiga dela, vai me contar tudo que sabe.

_Capo, não posso permitir. _Contraio meu punho. _Eu a tomei pra mim.

_O QUE!? _Grita, afasto o aparelho. _Repete maledetto!

_Nos casamos ontem, uma união rápida perante um juiz. _Ele respira forte, pareço estar ouvindo um touro.

_Você me fez um juramento. _Não preciso que me lembre, eu sei.

_Não quebrei meu juramento, pois eu o mantive até o dia em que resolvi recuperar o que é meu, conforme você mesmo me permitiu. _Silêncio do outro lado, isso pode ser bom ou ruim, está pensando, ou tentando achar um meio de me fazer mudar de ideia.

_Giovani. _Espero. _Tem certeza disso? _Encaro a parede a minha frente, certeza de que o dia ia chegar eu tinha, mas saber que é agora não me trás segurança.

_Sì. _Respiro fundo, não tem mais volta.

_Então acho que não temos mais nada pra conversar. _Desliga.

Encaro o aparelho em minha mão durante alguns minutos. Não desrespeitei o juramento que fiz, ele sabe, ou penso que sabe, mas isso não significa que Mancini ficaria feliz e sair fazendo festa, no entanto, eu esperava ao menos seu apoio. Me sinto mau, mas agora não tem mais volta.

Resta saber se os gêmeos estão comigo, eles não trabalham pra Mancini, eu os recrutei, conheço os irmão Rossi das ruas, são leais, tanto a mim quanto a Mancini, mas é uma escolha deles, não irei forçar.

Não há nada mais que me prenda no Brasil, agora preciso voltar e resolver meus próprios problemas, que só estão começando.

Volto para o carro, entro no veículo e bato a porta com força, retiro as luvas e as jogo longe, mil coisas em minha mente, estou frustrado, irritado e com muito tesão, isso piorou e muito, maldita, estou tentando pensar em diversas coisas e essa porra de tesão está me perseguindo. Soco o volante, ligo o carro e acelero.

Dirijo em alta velocidade, pois a viagem é longa e quero chegar lá logo, quero foder com Sara até ela entender que é do meu jeito. Porra, por que tem que ser tão gostosa? Aperto meu pau, pois ele dói e isso me deixa puto, nunca fiquei assim, eu sou viciado em sexo, sim, por isso várias amantes, mas nunca fissurei em uma única buceta. Tudo bem, deve ser a adrenalina de tudo, e aquela maldita boca que nunca se cala.

Vou comer ela até que passe, isso, faz sentido. Com isso em mente começo a sorrir.

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Where stories live. Discover now