Capítulo 10

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Sara

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Sara

_Tem que ter outro jeito. _A caneta já está em minha mão, os papéis sobre a mesa, o juiz me encarando, ele não fala minha língua. Como pode ter tanta gente estrangeira naquela droga de lugar?

_Assina de uma vez, não tenho o dia todo. _Faço cara feia para ele.

_Não, me entregue a Mancini, aos gêmeos, a quem for. _Jogo a caneta no chão aos pés dele. O tapa vem com tudo me fazendo cair no chão.

Aquela morena, vai me matar, Giovani começa a discutir com ela em inglês, ela não diz nada, baixa a cabeça parecendo um cãozinho chutado. Ele se inclina pra me ajudar, me solto de sua mão.

_Faça o que eu disse. _Levanto, meu rosto queima como o inferno, encaro ela, e a puta me encara de volta, vejo o ódio em seu olhar. _Não me obrigue a usar a força, minha mão é mais pesada que a de Nastachêr. _A morena sorri, confiante.

_Que espécie de nome é esse? Tem algum apelido? _Desdenho, ela avança, Giovani a impede. _Eu posso matar ela depois?

_Matar? _Claro que eu falei só pra tirar onda com a vadia, gostei de vê em seu rosto o tantinho de medo. Mas não sou a Vivi, nunca peguei em uma arma. _Você não teria coragem.

_Você não me conhece. _É, ele sabe, sou um cão que não morde. Foda.

_Nastachêr, é preciosa pra mim. _A confiança volta ao olhar dela e eu fico como? Cara, eles são amantes. AMANTES! Que safado.

_Então case com ela. _Ele calmamente pega a caneta, segura meu braço e coloca a caneta em minha mão mais uma vez. _Não vou assinar.

_Sabe o que os gêmeos farão com você? _Afasta meu cabelo para trás, causando em minha pele um arrepio inconveniente. _Eles adoram mulheres com pele tão alva. _Acaricia meu pescoço com a ponta dos dedos. Eu não vou ficar com medo. _Eu nunca torturei mulheres, eles adoram, a última durou semanas. _Não pode ser verdade, continua acariciando minha pele. _Mesmo ela confessando tudo que eles queriam eles continuavam. _Coloca a minha mão com a caneta sobre as páginas que devo assinar.

_Está mentindo... _Minha voz sai baixa e trêmula, eu tô quase me cagando de tanto medo, ele deve ser ótimo contando histórias de terror.

_Eu não minto. _Eu acredito, ele não tem porque mentir, desvio meus olhos daquele belos olhos esverdeados e encaro o papel que diz que eu: Sara Silva Dantas, aceito Giovani Greco Sartori como legítimo esposo.

Se isso tivesse acontecido antes, antes de tudo ter me acontecido, antes de aqueles homens... quando eu me via sonhando com ele, mesmo sem o conhecer direito, não hesitaria, eu sonhava em casar com alguém, ter filhos, ser amada, mas... Eu sinto, que nunca vou ter nada disso, nunca, por que me sinto suja.

_E se...?

_Não vai haver e se, apenas assine, e resolvemos o seu problema. _Ele nem me deixa concluir.

_Se eles voltarem? Se ela voltar? _Encaro ele.

_Isso aqui. _Aponta o papel. _É pra sempre, não duvide. _Presa a ele pra sempre? Mil perguntas giram em minha mente.

_Se eu tiver uma pessoa, se eu for apaixonada por alguém? _Os olhos dele endurecem.

_Existe? _Engulo em seco, penso em mentir, mas ele parece me vê por inteiro, tudo que tem dentro de mim. _Eu saberia.

_Você é muito convencido, acha que sabe tudo. _Segura meu queixo com força e me faz manter o olhar.

_Você é uma péssima mentirosa, se existiu alguém, ficou no passado. _Afasto a mão e percebo que ele permite isso.

_Existe alguém. _O sorriso dele é frio.

_Como eu disse: se existiu, ficou no passado, agora, assine. _Ordena. A tal Nastachêr fala algo, ele ergue a mão e ela se cala.

Pra sempre é muito tempo, é tempo demais. Que merda é essa que Vivi me meteu? Ela não podia simplesmente perdoar o erro do marido? Tinha que fugir, tinha que atirar nele? Droga, droga, droga. Mil vezes.

_Me fale sobre esse casamento. _Peço.

_O que exatamente?

_Você não me disse nada, simplesmente decidiu que iríamos casar e pronto. _Sim, ele falou que era o único jeito de Mancinci não me torturar, mas... _Seria um desses casamentos de conveniência? Em que estaremos unidos apenas por um propósito e nada mais?

_Mais ou menos isso. _Hum, balanço a caneta.

_Eu quero poder sair, quando tudo se resolver. _Não faz sentido continuar, se estamos fazendo isso só pra tirar o meu da reta.

_Deixa eu explicar de um jeito fácil, pra vê se você entende. _Senta na borda da mesa, o juiz está tenso, parece ter medo, Nastachêr está com cara de raiva e tédio. _Eu sou um homem da máfia, a partir do momento em que você assinar esse papel, você se tornará esposa de um mafioso, isso te torna automaticamente um alvo, entende? Nunca mais você vai poder andar por aí como fazia antes, apenas como amiga da esposa de Mancini já te fez um alvo, imagina o que pode acontecer sendo esposa? _Meu corpo inteiro estremece diante de suas palavras e solto a caneta.

_Então eu não quero. _Ele pega a caneta e a coloca diante de mim.

_Não tem mais volta Sara, já foi anunciado que me casei com você. _Arregalo meus olhos. _Agora falta apenas a última formalidade. _Ele é maluco.

_Então, eu posso ser morta, só por estar casada com você? _Eu não tenho medo de morrer, mas pensar que podem...que eles podem... não consigo nem pensar na palavra.

_Não permitirei, está segura comigo, te protegerei com minha vida. _A forma como ele diz isso me faz acreditar em cada palavra. _Assine de uma vez Sara, nosso destino já está selado. _Pego a caneta e assino.

Percebo que acabo de colocar tudo, todos os meus desejos, todos meus sonhos, no lixo, mas eu sou um lixo, ninguém iria me querer, nem mesmo ele, eu acredito quando diz que sou um alvo por estar casada com ele, mas ele pode facilmente se livrar de mim a qualquer momento, é só querer.

Assim que assino, me arrependo, eu não devia ter feito isso, não devia, a gente nem se ama, eu tenho uma queda por ele, isso é fato, mas ele não sente nada por mim.

_Giovani, eu... _O juiz pega os documentos assina e entrega a ele uma cópia.

_Esta feito, bem vinda ao clube. _Me da um beijo rápido nos lábios. Como assim, clube? _Venha. _Estende a mão.

_Onde vamos? _Olho para mão, depois para ele, vejo a impaciência. _Você não pode simplesmente exigir e pronto.

_Acho que posso, afinal, perante a lei, sou seu marido. _Reviro meus olhos.

_Isso não significa que seja meu dono. _Ele ri e puxa a minha mão. _Onde está me levando? _Sobe as escadas.

_Vamos consumar o matrimônio. _Sigo praticamente correndo atrás dele, a medida que vai me puxando.

_Ah, tá. O QUÊ?!

[DEGUSTAÇÃO] Um Italiano Pra Chamar de Meu (Spin-off Perigo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora