17-Banme no shi

capítulo 2

Passou-se uma semana que Osamu voltou para seu apartamento, tendo em mente tudo oque havia ouvido de Ango. Avisos que nunca pensava que teria de escutar naquele momento em específico já que estava junto a Fyodor no terraço fumando juntos, ficaram ali por breves minutos antes que um deles se incomodasse com o silêncio.

-Oque foi? Você está estranho desde de que chegou. - Fyo foi o primeiro a dialogar depois que tirou um cigarro da boca soltando a fumaça cinza que lembrava o ar gelado de uma manhã de outono.

-Não é nada demais, só estou pensando um pouco.

-Sobre oque exatamente? - Sua curiosidade ia além dos limites de Dazai - que não eram muitos - já que não era nem um pouco paciente, se virou para o lado e pegou um copo de whisky que bebia a algum tempo.

-Nada de especial, só.... - Tentou inventar uma desculpa para não ter que contar a "novidade" que tinha para o amigo, pensou por alguns segundos até que se lembrou de algo. - É estranho saber que hoje faço 26 anos.

Sim, hoje era seu não desejado aniversário, já que não tinha o costume de comemorar apenas ficava em bares ou dormindo em seu quarto tentando esquecer daquilo. Era desconfortável saber que estava ficando mais velho e mais obsoleto, afinal, quem comemoraria o sinal de que estava mais perto da morte? Pensava consigo já que aproveitou que estava com os pensamentos voando e pousando em sua mente como pássaros na migração. Puxou um pouco seus cabelos para o olho direito já que era de costume e continuou a beber o whisky já que havia só um pouco no fim do copo, os olhos marejados por causa da fumaça do cigarro o deixava com o olhar semi cerrado e atraente junto com a aparência que tinha, não o faltava mulheres para oque ele gosta de chamar de "amor abjurante", sendo assim sentiu um leve tapa nas costas do homem ao seu lado e se virou para o mesmo que lhe dava um sorriso.

-Não é tão ruim o quanto parece, eu acho. - Seu sorriso se tranformou em uma expressão dolorosa que deu a ele lembranças de um passado que ninguém sabe, talvez nem mesmo ele.

-Fyo. - O chamou com uma voz calma e serena tentando o reconfortar de uma maneira amigável. - Como vai o Nikolai, teve notícias?

-Ele me ligou ontem e hoje, é bem raro isso já que está sempre trabalhando praticamente sem parar por um segundo. - Fyodor e Nikolai eram parceiros em uma gangue que reinava a Rússia em praticamente tudo, tanto na política o quanto em crimes mais simples, Fyodor era o líder dessa tal gangue já que seu poder trazia medo aos que chegavam perto de seu corpo ou sentiam sua aura um tanto demoníaca, então não era difícil ter o respeito dos mais novos e a obediência de veteranos.

-Não é melhor ir vê-lo? Quero dizer, ver se está tudo bem.

-Ele sabe se cuidar, se algo acontecer ele pode se infiltrar na Ucrânia sem problemas. - Pegou o cigarro e colocou de volta em sua boca por alguns segundos e soltando a fumaça negra pelos lábios e pelas narinas. -Além disso, não vou ser bem recebido pelos militares, não é?

Fyodor era procurado pela China, Ucrânia e outros países que faziam pronteira com a Rússia, o Japão também o procurava não com muita frequência. Demônio, era conhecido por esse nome mesmo que não fizesse muito sentido já que era fraco por causa da anemia e o moreno nunca o viu matar nem uma mosca.

Tinha feito muito pior que isso.

-Se é assim que pensa, poderia pegar um navio de contrabando e se infiltrar lá.

-Talvez eu faça isso, mas prometi que não deixaria você ficar nesse país sozinho. - O moreno se calou, tinha se esquecido dessa promessa meio que improvável que tinham feito há dois anos. - Quando te encontrei você parecia um bêbado caído, haha!