Baqueta▸parte 1

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— Vão logo para um quarto, seus indecentes! — Bart reclama com a voz arrastada e joga um guardanapo no irmão, mas por conta da mira prejudicada, acaba errando feio e o guardanapo vem cair no meu colo.

Chuck nem sequer deixa de beijar intensamente a Catarina para retirar momentaneamente a mão de cima da namorada e apontar para o irmão, erguendo o dedo do meio.

— Por que vocês não vão dançar? Assim vocês se esfregam na intensidade que quiserem e não precisamos presenciar... — sugiro para os dois, dando dois tapinhas nas costas do meu amigo.

Ele se separa da Catarina, solta um longo suspiro, mas faz como sugeri, segurando a mão dela e os dois não demoram muito para sumir no meio da pista de dança. Apenas sorrio ao ver eles se afastando.

Um garçom então chega com uma bandeja recheada com novas doses e eu nem pergunto o que é, apenas vira a dose.

— Você não vai atrás de ninguém hoje? — Fred me pergunta entre soluços.

— A noite ainda é uma criança Dinho, quem sabe mais tarde... — respondo com um sorriso que se ele estivesse sóbrio, com certeza, não acreditaria.

Não sei se quero ir atrás de alguém. No momento eu só quero beber até esquecer. E é isso que eu faço por mais um bom tempo. Só que então minha bexiga reclama.

— Vocês dois, guardem minhas doses, preciso encontrar um banheiro — digo e fico de pé. Ainda falta muito para eu cambalear na caminhada. — Peçam mais doses e não guardem as minhas nas suas bocas! Estou de olho!

— Sim capitão Bebum! — Fred faz bate uma continência um pouco torta e acaba rindo.

Por estarmos numa mesa reservada, acabamos que estamos um pouco mais isolados na boate e assim tenho que andar um pouco mais para encontrar um banheiro. O que encontro não tem fila do lado de fora, o que é sempre um bom sinal.

Entro do lado masculino e é mais organizado do que imaginei. Com os mictórios ocupados, acabo por entrar na única cabine vaga. Ali no banheiro o barulho é um pouco mais ameno, e estou tranquilo resolvendo meus assuntos, quando escuto uma pancada na cabine do lado.

Estou quase perguntando se a pessoa ali do lado precisa de ajuda, quando então escuto um gemido não tão abafado. Ah, não devem estar precisando de ajuda. Entendi o que eles estão fazendo.

Sem querer escutar, tirando a privacidade deles, apenas termino, dou descarga e saio da cabine como se nada estivesse acontecendo. Se bem que privacidade não é bem a prioridade dessas pessoas já que escolheram o banheiro da boate para fazer seu sexo, mas quis escutar.

A quem estou enganando?

Só saí, pois, estava começando a ficar com tesão e como não estou com planos de levar ninguém para a cama hoje, melhor focar apenas na bebida.

E ainda bem que assim que a porta do banheiro se fechou atrás de mim não foi difícil me ver novamente envolvido pelas luzes, clima e luzes da boate.

Recebemos o convite da dona do lugar e pelo estado que se encontra o meu coração achei a oportunidade perfeita para aproveitar que a nossa banda está em alta. Publicidade para a dona, uma ressaca para mim, todo mundo sairá ganhando.

— Olá Taz... — nem tinha percebido que alguém tinha se aproximado de mim. Uma voz feminina e quente. — Que surpresa deliciosa.

Seu hálito faz cócegas em meu pescoço quando ela praticamente ronrona em meu ouvido. Sua voz consegue ser baixa e sedutora, o que não é uma tarefa fácil num ambiente barulhento como esse, então o mínimo que posso fazer é virar para encarar a dona da voz.

O que Aconteceu nos BastidoresWhere stories live. Discover now