Uma cobra mesquinha

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Ela vai em sua direção e grita pela atenção dele, mas seu rosto continuava pálido e sem resposta, depois de alguns minutos, percebeu que só havia uma opção. — Não acredito que vou fazer isso, Deus, não me deixe morrer, juro que não irei reclamar nunca mais de dividir comida com meus colegas, amém. — diz. Ela o puxa pelo braço, no momento exato que o chão desmorona, ele cai nos braços da garota, desmaiando em seguida. —Bastardo!

O pegando pelo braço, ele não parecia um capeta total para a garota, seus lindos lábios pequenos e ao mesmo tempo grossos, eram realmente lindos, eram como uma grande combinação em um rosto, realmente chamaram a atenção dela, mas ela procurou não olhar muito e focar em levá-lo para um lugar mais seguro.

Após um tempo pensando em qual lugar o levar, percebeu que sua única opção era sua casa, apesar de saber que ia causar em desentendimento com seus pais, não tinha escolha e o tal garoto pesava demais, mesmo que ele fosse magro, seus músculos o faziam pesar mais do que qualquer coisa que ela já havia carregado.

Abriu a porta de sua pequena casa com bastante cuidado, no objetivo de sua família não ouvir, mas infelizmente havia esquecido que a maioria das pessoas estavam na sua casa comendo a comida que seu pai havia trago.

—Não acredito! Sua filha entrou pro mundo do crime? — berra uma das pessoas que estavam ao lado do pai de Vitoria.

—O que você está falando? Minhas filha jamais.. — parando no meio de sua fala, ele se choca ao ver o garoto nos braços de sua filha, com belas roupas. Cruza seus braços na expectativa de uma explicação.

—Calma, eu posso explicar. — Diz a garota hesitante em sua voz, com certeza ela pensaria em qualquer desculpa, exceto neste momento, então pensou que no máximo eles achariam que ele era o namorado dela, mas logo se deu conta que nem acordado ele estava para pensarem isso.

Vitoria dá sua explicação sincera e todos caíram na risada, então se aproximaram do garoto desmaiado e começaram a olhar seus pertences.

—Quanto deve custar esse relógio? — Diz Joca, um cara que não tinha caráter nenhum, um vigarista burro, era assim que todos o chamavam, pois ele continuava pobre.

—Já está na hora de todos vazarem! — Seu pai grita impaciente com o que estavam pensando em fazer.

Todos saem sem questionar, afinal o pai de Vitoria (Alberto) era quase como um líder dos miseráveis.

—Por que trouxe esse garoto aqui? — Pergunta Ângela, sua mãe, sem saber o que fazer, um cara tão rico, poderia pensar que estariam o sequestrando.

— Aonde mais eu levaria ele? Levaria pra rua? pra deixarem ele só de cueca.. — Ela pensa mais um pouco. — Acho que nem a cueca deixariam, deve ser uns 10 mil.

— Ei.. — Diz alguém com uma voz meio sonolenta. Vitoria sente alguém a tocando.

— Espera! — Diz dispersa.

— Não vai me soltar? — A cobra finalmente acordou.

Sem pensar duas vezes solta o garoto e fica encarando o mesmo por uns 2 minutos.

— Esse cara é realmente bonito. — Diz Alberto, impressionado com tamanha beleza.

— Vocês não vão me dizer o porquê de eu estar aqui? — Pergunta enfurecidamente.

— Você que deveria me dizer o porquê de você ter ficado parado pra morte e logo em seguida, desmaiado? — Retruca Vitoria encarando Gabryel com uma expressão furiosa.

— Não tem importância, só me deixem sair deste lugar horrível. — Fala tampando o nariz.

— Nessa hora, o máximo que vai conseguir andando sozinho é ser roubado, ou sei lá mais o quê.— Explica Ângela com um rosto e tom sério.

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