★ 07. Praia

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Areia e água salgada formavam um dos lugares mais amados pela boa carioca da gema, Julia que sentia falta de sentir a areia entre os dedos e o sol queimar sobre sua pele.

O Rio de Janeiro havia passado por uma onda de frio que havia a impedido de ir a praia por dois fins de semana mas quando acordou naquele sábado e viu o sol brilhar de sua janela, já foi para o banheiro tomar banho acompanhada de seu biquíni.

Ligou para Matheus em plenas oito e meia da manhã sabendo que ele estaria de folga naquele fim de semana e por mais duas semanas, sem se importar se ele estaria dormindo ou não e fez o convite que foi aceito de bom grado.

E lá estavam eles, Julia deitada sobre uma toalha pegando um pouco de sol e Matheus debaixo do guarda-sol tentando se proteger a todo custo.

— Se fosse para ficar aí debaixo, era melhor nem ter vindo. — ela comentou de olhos fechados.

— Não queria que viesse sozinha. — ele deu de ombros.

— Já sou bem grandinha, sei me cuidar. — retrucou e abriu os olhos se virando para ele. — Eu estou falando sério, você só veio para passar protetor nas minhas costas ou o quê?

— Ah, me descobriu. — ele revirou os olhos com um sorriso irritante nos lábios. — Sei que você é bem grandinha mas queria te fazer companhia, você me ligou pra isso não foi? Para de reclamar e fica aí torrando no sol.

— Você devia fazer o mesmo, está parecendo um palmito azedo de tão branco.

— O que? Palmito azedo?

— Você sabe o que ouviu. — ela voltou a fechar os olhos.

Matheus reparava que a praia do Leblon não estava tão cheia naquela manhã, por um milagre mas mesmo assim as poucas pessoas que tinham ali — homens, para ser mais exato. — não poupavam seus olhares a Julia.

Ele não fazia a linha ciumento mas estava realmente incomodado com tais olhares e por isso se apressou para levantar da toalha que estava e cutucar a tatuadora pela costela.

— Ai! O que foi? — ela reclamou, mais uma vez.

— Chega pra lá, quero tomar sol também.

— Ah não, Matheus, fica na sua toalha e me deixa.

— Você está chata demais, Julia, cruzes! — foi a vez dele reclamar. — Eu só queria ficar um pouco com você, sabe...

Ele dramatizou e pareceu funcionar pois ela chegou um pouco mais para o lado deixando um espaço para que ele se deitasse, era um espaço mínimo mas era suficiente para que ele ficasse perto dela.

Logo quando se deitou deixou um beijo em no ombro e recebeu um olhar sério da mulher que não era boba e estranhou as atitudes.

Em quase um mês de relacionamento, ela sabia que ele poderia ser bastante carinhoso mas todas as atitudes dele apontavam que algo estava errado.

— Fala logo, o que foi? — foi direta em sua pergunta.

— Nada.

— Matheus. — ela insistiu com o tom firme e ouviu um suspiro.

— Tem uns caras te olhando e eu não gostei disso. — confessou e ela sentiu vontade de rir mas controlou.

— Que bobeira, não devia se preocupar com isso.

O viu revirar os olhos, ela não conhecia o lado ciumento dele e não sabia se sempre seria fofo ou engraçado então precisava estabelecer limites.

— Então eu só tenho que deixar eles olhando pra você? — se levantou rapidamente.

— Sim, Thuler, se eu não estou reclamando disso você deveria menos ainda. — ela permaneceu deitada e calma.

Diferente de Matheus que estava começando a realmente se irritar.

— Então tudo bem, fique aí recebendo olhares dos outros que eu vou para casa.

— Você só pode estar de brincadeira, né? — ela se levantou. — Vai deixar isso estragar nosso dia?

— Julia, eu não quero brigar.— ele juntou suas coisas.

— Já estamos brigando!

— Então podemos encerrar por aqui. Estou indo.

Apesar do olhar indignado, tudo o que ela fez foi dizer:

— Eu não acredito. — revirou os olhos. — Ok, vá.

Foi a primeira vez que Julia sentiu o quão imaturo Matheus Thuler era.

Imaturo • Matheus ThulerWo Geschichten leben. Entdecke jetzt