Capitulo 7

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— Mais do que urgente, precisamos de um herdeiro para o reino! — falou Marco, colocando as mãos na mesa enquanto observava Eduardo, com as pernas cruzadas, pensar sobre o assunto.

— A nossa investida no reino do Norte não foi bem-sucedida da vez passada. Nosso reino está à beira do caos. Quem vai querer se casar com alguém como eu? — perguntou Eduardo, esbanjando seu negativismo ou, na opinião dele, seu realismo.

Marco cruzou os braços, pensativo. O irmão tinha razão, mas ele sabia que ainda tinha uma carta na manga. Marco observou Eduardo por um instante. Seu irmão era belo, alto, magro, porém definido. Tinha os olhos de um azul intenso, a pele levemente bronzeada, o rosto harmônico e traços que atraíam a atenção das mulheres.

— Eu tenho um plano — disse Marco observando Eduardo rodopiar uma caneta entre os dedos de maneira fascinante, ainda caído em pensamentos. Eduardo o encarou curioso com a tal afirmativa.

— E qual seria seu plano?

— Você, meu rei, irá conquistar uma princesa.

Uma das sobrancelhas de Eduardo tremeru com a afirmação. Marco continuou:

— Vamos realizar um baile. Creio que nossos antigos aliados não negariam tal convite.

Eduardo pensou sobre o assunto. Um baile naqueles tempos talvez fosse arriscado. Mas teve uma ideia sublime e inovadora. Sua mente se iluminou, assim como sua expressão carrancuda de minutos atrás.

— Vamos celebrar com o povo — disse estalando os dedos. Marco pareceu confuso com a ideia. — Diremos que se trata de uma data especial para o povo, na qual todo o reino se encherá de festas. Podemos distribuir bebidas, assim faremos com que o povo se anime em tempos tão difíceis. Isso irá tirar um pouco a atenção de nós e podemos realizar o tal baile.

Marco balançou a cabeça, pensando no assunto. Mesmo que a economia do reino estivesse quebrada, isso parecia necessário.

— Você também pode anunciar seu noivado com Ana ao povo — acrescentou Eduardo e Marco prendeu a respiração com a afirmativa. Eduardo percebeu seu nervosismo e riu do irmão, deixando-o ainda mais encabulado. — Não me diga que ainda não se resolveu com ela? Já pediu desculpas?

Marco coçou a nuca e sussurrou um "não" tímido. Seu rosto ainda ardia do tapa que havia levado quando tentou tirar a roupa dela com certa "brutalidade". Seu objetivo era só tirar o vestido, não mais que isso. Porém precisava controlar sua força. Além do mais, como imaginaria que a magia terminaria naquele instante?

Ele piscou tentando não pensar no vale dos seios dela revelando mais do que deveria.

Depois disso, Ana voltou para casa muito brava. Disse que nunca mais pisaria no castelo e mandou que ele ficasse longe dela. Marco tinha que admitir, vê-la com raiva e vermelha de vergonha ao mesmo tempo, apenas a deixava ainda mais interessante para ele. E se ela acha que mandaria nele, estava muito enganada. A última palavra sempre seria a dele. Ele respirou fundo. Mas seria bom se ela gostasse um pouco dele e quem sabe ele pudesse tocá-la.

⚜⚜⚜⚜⚜⚜

Ana pegou a cesta de sua mãe e, distraidamente, andou de volta para casa. O vento estava forte e fazia seus cabelos voarem. O pôr do sol estava magnífico. Ainda assim, ela estava presa em si mesma, nas lembranças de sua visita ao castelo e no toque dele. Ana mordeu o lábio inferior e respirou fundo.

Quando ele tocou em seu ombro para ajudá-la a se desfazer de suas roupas petrificadas pela magia, Ana sentiu um choque se espalhar por todo seu corpo. A força que ele usou para abaixar seu vestido a fez sentir coisas estranhas, além do fato de que ele viu mais do que deveria. Sem sequer se dar conta, sua mão já havia alcançado seu rosto. Ela se sentiu furiosa, não exatamente porque ele queria ajudá-la, mas porque seu coração parecia querer sair pela boca!

A FILHA ESCOLHIDAWhere stories live. Discover now