Um Relacionamento

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– MESTRE!

– O que? - pulou Camus acordando Milo – Hy-Hyoga!

– Mas o que... - Hyoga estava nitidamente nervoso, tenso e confuso sem conseguir falar nada. Apertava tanto a mão em punho que chegou a cortá-la com suas unhas de leve.

Hyoga olhava incrédulo, com os olhos arregalados e ligeiramente avermelhados. Sua respiração era curta e absolutamente audível para todos na sala. O silêncio, por sua sua vez, era constrangedor e os segundos demoravam a passar para os três presentes.

Camus levantou-se por completo, segurando o lençol para não descobrir sua nudez, fazendo careta para que Milo se vestisse e parasse de encarar o menino. Camus alternava o olhar entre Hyoga e Milo, tentava pensar numa solução para aquele mal estar.

– Hyoga, vá para o seu quarto, já vou conversar com você. - Disse calmamente.

– EU NÃO TENHO NADA PARA CONVERSAR COM VOCÊ! - Gritou.

– Hyoga, não comece, temos um evento...

– PARA O QUAL O SENHOR PONTUALIDADE ESTÁ ATRASADO! VIM AQUI TE BUSCAR E VEJO UMA INDECENCIA DESSAS!!! 

– Hyoga – Disse Camus em tom grave – Depois conversamos! Vá para a casa de virgem e na volta vamos discutir essa assunto. E abaixe esse tom de voz, mocinho! - Avisou.

Camus se fechou em uma cara muito séria, achava intolerável o pupilo gritar com ele daquela maneira. Mas ao mesmo tempo tentava manter a calma.

Desde aquele instante a cabeça de Camus permaneceu baixa e o olhar distante, ele estava perdido nos próprios pensamentos, seu pupilo nunca havia levantado a voz para ele, muito menos o afrontado com tamanha ironia.

Hyoga revoltado virou as costas e se dirigiu à casa de virgem. Ao chegar, tanto Shaka quanto Shun perceberam a raiva e a confusão na qual o garoto estava pela maneira de andar e bufar com os olhos vidrados no chão.

– O que houve, Hyoga?

– Me deixe Shun! - Disse afastando o amigo e dando um abraço rápido com desejos de feliz aniversário em Shaka.

Shaka observou e não falou nada, não perguntou por Camus, apenas decidiu deixar o adolescente se acalmar. Como Shun era muito amigo de Hyoga, resolveu deixá-los a sós enquanto seu amigo Camus não chegava.

– O que aconteceu? - Perguntou um preocupado Shun.

– Meu mestre me decepcionou. Você não vai acreditar. Ele estava... Estava...

– O que?

Foram interrompidos por Camus que entrava no recinto com um ar de preocupação olhando para o seu amado pupilo, sabia que lá não era lugar para tentar se explicar e não sabia como abordar o tema de sexo e homossexualismo com seu discípulo.

Shaka veio até a sala e convidou Camus para ir até a cozinha com ele, vendo que Hyoga estava prestes a atacar o mestre.

– O que houve Camus?

– Ele me pegou na cama com Milo – Respondeu Camos meio exitante.

– Ele não sabia sobre você e Milo ainda?

– Não, aliás, porque você não ficou surpreso Shaka?

– Supreso? - Shaka começou a gargalhar – Todos sabem sobre vocês há anos! Esse vai e vem, briga e fazem as pazes, se matam e se amam... São o casal mais caricato do zodíaco! - Disse Shaka divertindo-se

– Engraçado você me zombar assim, como se você e Mu não tivessem nada, não é? 

– Estamos falando de você! Eu e Mu somos um casal, o Shun sabe, o Kiki sabe, e nunca escondemos nossos sentimentos e nunca permitimos que nossos pupilos interferissem em nossas vidas privadas. É o que você precisa delimitar com Hyoga. - Disse Shaka cortanto aquele ataque totalmente fora de contexto que não era do feitio de Camus.

Uma Família se FormaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora