Capítulo 1 - O Discípulo e a Sábia

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O DISCÍPULO

Tobi ja estava de fato muito tempo longe dos reinos mortais, mas teve que se reacostumar no pouco que usava pra empreender sua viagem. Sem a magia que seu mestre controlava no monte, esse recurso começava a parecer mais precioso, algo que parecia sentir por instinto.

Missão não parecia ser fácil... Parece que o mestre realmente não poupara seu discípulo de algo que testaria mais que seus poderes: seu intelecto. Percebia que perdera muito tempo pensando sobre isso: como estava sem rumo. Então, decidiu simplificar e focara na única pista que tinha: Encontrar uma sabia da floresta que vivia próximo de uma pequena vila chamada Ramikar. Essa era a parte mais fácil da missão e só demorou o tempo que cobria do covil de seu mentor pra lá, ou seja, algo próximo de um mês.

Descobrira a cabana da sábia após pedir informações na sua cidade destino. "Até que os moradores daqui são bem simpáticos, hehe. Faz o que... Uns quinhentos anos que não converso com outro humano?" Pensava o garoto enquanto bocejava e esticava os braços, levando-os para trás da cabeça e apoiando a mesma enquanto olhava de relance para os soldados mal encarados que acabaram de chegar pela estrada leste. Com isso percebia que estavam olhando pra ele, mas se resumia a isso. "Parece que a simpatia parou lá na cidade...".

Caminhando pela singela e mal cuidada estrada que ficava ao norte da cidade, logo achara o desvio que levava a uma cabana singela, até um tanto mal cuidada cheirando a ervas secas. Colocando um sorriso no rosto e seguindo até a porta, decidindo esquecer sobre os sujeitos ranzinzas:

— Dona de casa!? — Tentava chamar atenção com uma frase que ouvira em algum lugar e bate na porta com um dos pés.

A SÁBIA

Aila seguira a leste há um bom tempo... "O termo 'seguir a leste' que seguia com fervor era realmente era um fardo pesado depois de alguns meses de viagem..." Felizmente seu domínio em medicina alternativa a permitiu correr grandes distâncias sem se preocupar muito com sustento. Mas em um de seus atendimentos foi presa e acusada de bruxaria.

A caça as bruxas tinha acabado há vários anos, mas havia alguns grupos ativos que faziam o serviço 'por conta própria'. Havia passado semanas em uma cela letárgica lutando contra algo assustador que vinha de dentro de si mesma vinda por causa daquela situação horrível mas, felizmente, em uma batida de guardas daquela cidade, ela e outras pessoas maltratadas naquele cativeiro cruel foram resgatadas. Mas agora, precisaria reerguer seus recursos...

Uma garota da raça dos selvagens, homens com traços de animais, disse que vivera numa vila a leste da cidade e que poderia reerguer a vida de ambas lá. Se restabelecendo naquela cidade, chamada Ramikar, ajudou-a conseguir equipamentos e freguesia. Infelizmente a experiência a tornara reclusa e adotou como lar uma cabana na saída norte da cidade. Mesmo assim, como uma mulher que conhecia curas, foi se reerguendo aos poucos.

Tinha impressão de ter movimento lá fora. O tal sensação se torna um fato palpável quando alguém batia a porta e como sempre no justo momento em que preparava algumas poções para a velha entrega mensal de medicamentos que supria o estoque da pequena venda da cidade, que todos chamavam de Velha Pocilga, administrada por um sujeito reclamão, que parecia levemente um texugo, apesar de, na verdade, ter traços canídeos... Fica pensando se deveria reclamar disso, afinal isso lhe ajudava a manter seu lar... Desiste de pensar e vai ver do que se trata.

Agitação por aqueles lados não costumava ser bom sinal. Limpava as mãos aproveitava para olhar pela fresta o que se passava lá fora. Avista um rapaz aparentemente despreocupado. Abre a porta de madeira, mas apenas uma fresta, e olhando com um ar de desconfiada dizia sussurrando:

Lendas Fantásticas: Nas Garras do BarãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora