Fascínio - Capítulo XV

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_ Engraçado, também notei o quanto você estava gostando da atenção que recebia da sua...

_ Não estava gostando! _ disse entre os dentes, com um falso sorriso nos lábios. _ Estava apenas sendo cauteloso. Elisa é um tanto, digamos, problemática.

_ Uma drogada, você quer dizer!

_ Não julgue uma pessoa que acabou de...

_ Você a defende?! _ exasperou com ar indignado, paralisando os movimentos _ Por que saiu de perto da maluca, hein? Vá, corra para os braços dela! _ esbravejou, tentando desvencilhar-se, sem êxito, pois Nathan a segurava com firmeza.

_ Não se atreva a se afastar de mim, Júlia. _ sussurrou em tom ameaçador.

_ Saiba que, se eu não me afastar, você corre sério risco de sofrer um arranhão em seu lindo rosto!

_ Deixe de bobagens. Olhe para mim.

_ Sinceramente, não estou a fim de olhar para você, nem falar, muito menos de sentir o seu toque! _ murmurou, virando ao máximo o rosto para o lado, suspirando, contrariada, ao sentir seu corpo sendo mais pressionado de encontro ao dele. _ Não faça isso, não percebe que...

_ Percebo que você está disposta a transformar um mero incidente numa catástrofe. _ resvalou os lábios nos pescoço macio _ Por favor, não estrague a nossa noite.

_ Como tem coragem de dizer que estou... aquela...

_ Shh... respire fundo, concentre-se na música... e me abrace gostoso.

Ao contrário do que ele pediu, Júlia procurou distância ao perguntar:

_ Por favor, seja sincero, o que sentiu ao vê-la?

_ Voltei à vida por você Júlia, não por ela. Precisa mais?

_ Mentira, não foi por mim. Foi por nossa filha!

Nathan segurou-a firmemente pelos ombros:

_ Nunca mais repita isso! Eu poderia usufruir da paternidade, sem estar vivendo ao seu lado, Júlia! Não vou mentir, a nossa filha foi uma força a mais, porém...

A atenção de ambos foi desviada ao ouvirem um barulho vindo do bar. Em segundos, Thiago surgia em frente a eles.

_ Elisa está fora de si. Jogou bandejas, garrafas e copos que estavam sobre o balcão e grita o seu nome sem parar.

Nathan bufou, passando a mão pela testa; ao fazer menção em se afastar, teve o caminho bloqueado por Júlia.

_ O que pretende fazer? Não me diga que irá responder ao chamado daquela alucinada?!

Ele ignorou o comentário da esposa e olhou com ar autoritário ao irmão, antes de ordenar:

_ Leve Júlia para casa!

_ Não! Eu não vou para casa em companhia do seu irmão! Você é o "meu" marido!

_ Por favor, querida, coopere. Não demoro a chegar em casa, prometo.

_ Estou lhe avisando, Nathan, não faça isso!

Tomado por ira, ele esbravejou:

_ Aprenda, Júlia, não ajo sob pressão; ninguém comanda os meus passos!

_ Apenas Elisa, não é? _ disse entre os dentes, voltando-se para o cunhado. _ Vou com você, Thiago.

Ao se afastar, Nathan enlaçou-a pela cintura, buscando seu olhar.

_ Confie em mim. _ sussurrou e, ao tentar capturar os lábios dela para um beijo de despedida foi surpreendido, pois Júlia desvencilhou-se bruscamente, dando-lhe às costas.

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