Fascínio - Capítulo - XI

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_ O que fez à minha irmã?!

Nathan sentiu-se retesar ao ouvir a voz irada de Henrique soando atrás de si. A presença dele não estava entre seus planos.

_ Estou falando com você! _ vociferou Henrique, puxando o inimigo pelo braço.

Com um movimento brusco, Nathan conseguiu se livrar das garras de Henrique. Não emitia som algum, pois o amigo o reconheceria na certa. A escuridão, mais uma vez, tornava-se sua aliada.

_Quem é você? _ insistiu, tomado por ira.

Nathan continuava de costas para ele, enquanto pensava em uma maneira de escapar da situação inusitada.

_ Perdeu a língua? Olhe para mim, covarde! _ Henrique avançou em direção a Nathan, totalmente fora de si.

Ao pressentir o ataque, Nathan voltou-se e o empurrou com violência, fazendo-o ir ao chão. Henrique não se deu por rogado, levantou-se num salto, voltando a atacar com punhos fechados. Nathan conseguiu segurar o braço do amigo no ar. Um grito chamou a atenção de ambos.

_ Não, Henrique! _ Thiago corria ao encontro dos dois.

_ Esse canalha mexeu com a minha irmã! _ explicou Henrique, soltando-se das garras de Nathan.

Com os braços caídos ao longo do corpo e cabeça baixa, Nathan tentava achar uma saída. Sentia-se esgotado, totalmente perdido.

Thiago passou por Henrique, parando em frente ao irmão.

_ Está na hora de, pelo menos, Henrique ficar sabendo.

_ Do que está falando, Thiago? Você conhece esse cara? Mas, que diabos está acontecendo aqui?! _ inquiriu, atordoado.

Nathan respirou fundo, antes de arrancar o adorno da cabeça e se aproximar de Henrique. O amigo não o reconheceu de imediato.

_ Sou eu, Henrique... Nathan.

_ Quê?! Que brincadeira é... _ pregou os olhos no rosto de Nathan, estampando incredulidade. _ Nat... Nathan?! Isso é loucura! _ sussurrou, com a respiração acelerada.

_ Acredite, sou eu, em carne e osso.

Henrique passou a mão pela testa, dando alguns passos incertos. Nathan e Thiago mantinham-se em silêncio. Davam um tempo para que o amigo conseguisse assimilar a revelação.

_ Você... “Vocês” nos enganaram durante todo esse tempo... por quê? A troco de quê?! Nos fizeram de idiotas!

_ Não! _ Nathan negou com veemência _ Não foi essa a minha inten... eu não...

_ Meu irmão esteve muito doente, Henrique, por muito pouco não morreu no acidente, e...

_ E, já que todos pensavam que eu estava morto, resolvi que só voltaria a aparecer se conseguisse me recuperar. _ concluiu Nathan.

_Você não pensou em Júlia! Não imagina o quanto ela sofreu e sofre até hoje! E Nathalie?

_ E você acha que "eu" não sofro com tudo isso? Henrique, a minha filha tem um ano e quatro meses, e eu nunca a toquei! _ passou a mão pelos cabelos, num gesto angustiado: _ Pensa que á fácil me manter distante, sabendo que corro o risco de perder definitivamente a mulher que amo?! Hoje mesmo vi homens, mais jovens do que eu, demonstrando abertamente interesse por sua irmã!

_ Então porque mantêm essa palhaçada de ficar se fingindo de morto? – inquiriu, enraivecido.

_ Ouça, até pouco tempo estive preso a uma cadeira de rodas! Eu não queria... _ puxou o ar olhando para o alto como se pedisse forças, demonstrando toda a angústia que sentia. _ Não queria que ela me visse naquelas condições.

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