𝐜𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨

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ᵒ ᶜᵒʳᵖᵒ

         —  Jackson, já são dez horas! Levanta meu filho! — gritava a senhora Harrington em plenos pulmões — Filho? — Batendo na porta, a mulher ameaça entrar, ela não podia entrar, se entrasse, veria o colchão e a garota. Ao desencostar a porta devagar, Jackson arregala os olhos e pula da cama.

          — A senhora não pode entrar, mãe! — ele grita, logo fechando a porta na cara da mulher, que esbraveja.

          — Jackson Harrington! — grita — abre essa porta, agora! — ele chaveia a porta e sacode a garota que estava dormindo no chão, a acordando e fazendo esfregar o punho nos olhos.

          — Jackiezinho — ela manha — me deixa dormir mais um pouquinho

          — Jackson! — gritava a mãe — quem está aí?!

          Sem que o garoto dissesse nada, a menina entendeu e se enfiou debaixo da cama do menino, puxando o colchão de solteiro junto. Não dava para ver pelo tamanho da cama do garoto, que era de casal.

          Jackson tenta se trocar o mais rápido possível, para dar a desculpa de que estava se trocando. O menino tira a camiseta de pijama e coloca uma blusa de manga comprida e um casaco grosso; logo, tira sua bermuda do conjunto do pijama e coloca uma calsa folgada, veste as primeiras meias que acha e, enfim, com sua mãe ainda batendo na porta, ele a abre com um sorriso falso.

          — Eu só estava me trocando, mãe — diz — me dê mais privacidade! Não ia trabalhar hoje?

          — Que susto, pensei que tinha trago alguma garota aqui — a mulher diz colocando a mão no peito e dando uma olhada para dentro do quarto do moleque.

          — Manhê! — ele reclama.

          — O que foi? — ela ri — seu irmão era mais ligeiro que você... —  "mal sabe ela" pensa o menino Harrington — enfim, fiz café, vai esfriar se não for logo.

          — Mãe, vai descendo que eu já vou, vou só colocar meu tênis e minha touca — o menino diz enquanto a mãe caminha até  as escadas — Vou no Wheeler hoje! — grita a última parte pois sua mãe estava descendo os degraus.

          — E quando você não vai? — grita lá de baixo e some da vista do de cachos que corre para o quarto e fecha a porta, suspirando pesado de alívio.

          — Bela bunda você tem — diz a menina que ainda estava de baixo da cama do moreno, mas com a cabeça para fora, escorando-a em suas duas mãos — mas podia ter virado de frente — Isso foi o que ela disse para Jackson ficar feito um pimentão de tanta vergonha, ela estava brincando é claro, era maliciosa e brincalhona, mas jackson ainda não sabia bem disso, ele finalmente tem coragem de se virar para a menina e continuar sério:

          — Eu vou comer rápido, vou te trazer algo pra comer e, você, não solta nem um pio! Não saia daqui — ele diz abrindo a porta e saindo devagar.

          — Seu tênis, espertão — a menina diz sorrindo ironicamente. O menino volta com paciência e coloca o par de sapatos, se posiciona na frente da porta, solta um suspiro e a abre lentamente:

          — Por que ficou olhando? Não foi necessário — ele diz — estou envergonhado.

          — Cala a boca — a menina diz rindo — Vai comer logo, vai jackiezinho.

          Com cautela, o Harrington mais novo desce as escadas e se senta na mesa, junto com sua mãe e seu irmão, o mesmo que parecia não ter dormido nada, quem sabe tivesse chegado só agora em casa. Os três serviam o café, os pães e começaram a montar seus sanduíches e, bem, seja lá o que for. A casa estava silenciosa, nem parecia que a garota estava lá. Jackson nem iria ter se preocupado se não fosse pelo som da campainha logo cedo, o que o fez gelar de nervoso... não podia ser ela, ou seu pai, ou alguém que descobrisse que a menina estava ali...

𝓁ℴ𝓋ℯ | 𝙹𝙳𝙶ʳᵃᶻᵉʳWhere stories live. Discover now