CAPÍTULO 17 - PERCEPÇÃO

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Globular via os dias passando em frente aos seus olhos na mesma velocidade com que conseguia se alimentar com dezenas de vidas terráqueas.

O grande imperador intergaláctico — como estava chamando a si mesmo como um treino para o dia em que dominaria aquele mundo — estava tão viciado em se alimentar da vida dos habitantes daquele planeta que nem mesmo se importava com a quantidade de tempo que seus servos moribundos estavam levando para construir o seu sinalizador.

Ás vezes ele assumia a aparência de algum dos terráqueos com que se alimentava e seguia para estabelecimentos nojentos onde podia se sentar em um assento velho e nojento e assistir noticias em um aparelho comunicador que parecia uma caixa e ficava preso em uma parede. Ele sorria sempre que via as notícias sobre seus rastros de morte, se espalhando cada vez mais e deixando as pessoas aterrorizadas.

O medo que ele causava era quase tão bom quanto se alimentar daqueles seres.

Naquela tarde, ele estava em frente ao grande montante de metal que se tornaria o sinalizador, vendo os servos juntando fios e pedaços de metal com seus movimentos limitados, quando sentiu um ruído em seus pensamentos.

A capacidade de mutação de Globular fazia com que ele tivesse uma captação cerebral como nenhum outro ser ao longo dos cem sistemas solares mais próximos. Ele podia sentir os sentimentos, mas também podia captar ondas de energia, mensagens decodificadas e sinais de sinalizadores interplanetários — o que era o caso daquele ruído.

Globular já vivera o suficiente naquele planeta para saber que as pessoas que viviam nele não acreditavam que houvesse vida em outros lugares do universo. As pessoas ali viviam e conviviam todos os dias com seres de outros planetas que estavam infiltradas entre elas, mas mesmo assim ninguém desconfiava de nada — a maior mascara era daqueles que não queriam enxergar a verdade, e não daqueles que se escondiam entre eles.

Então, diante de todo aquele ceticismo, Globular sabia que aquele sinal só poderia estar sendo mandando por uma pessoa — uma integrante especial da Patrulha Galáctica, alguém que ele, burramente, se permitira acreditar que havia morrido na queda da aeronave, mas que agora claramente estava mandando um pedido de ajuda.

Estava na hora de agir de verdade, Globular sabia que não podia mais ficar sentado apenas vendo os dias passarem, ele precisava acabar com aquela agente antes que ela atrapalhasse seus planos.

E enquanto elaborava um plano ele de repente se lembrou do nome dela, entreouvido de dentro da sua cela pouco antes da nave sair do hangar da Patrulha: Atyori Argent!

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora