Senhorita Scott

3. Ryan's proposal

Senti um arrepio percorrer meu corpo, havia muita felicidade na voz de Ryan.
— O que aconteceu Ryan? — Perguntei.
— Te espero amanhã às oito horas, no mesmo café de sempre. — Falou, antes que eu pudesse responde-lo, ele desligou a chamada, sem me dar chance de negar seu pedido, típico do Ryan. Comi meu sanduíche e fui me deitar, sabia que amanhã seria um grande dia.

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   A falta de sonho me perturbou a noite toda, as palavras de Ryan vagavam pelos meus pensamentos, por mais que lutasse contra mim mesma, era impossível tirá-las de minha cabeça.
    Após muito esforço, consegui cochilar por algumas horas, já eram sete horas quando levantei, um cheiro fresco de café invadia o apartamento, parece que a dona Miranda, havia acordado de bom humor, não era de costume ela acordar cedo, na verdade, nem era de costume ela sair do sofá ou do quarto, tem sido assim, desde que Paul nos deixou.
Fiz todas as minhas atividades de rotina e me vesti para encontrar Ryan, ao sair do quarto vi minha mãe na varanda do apartamento tomando uma xícara de café enquanto conversava com o gato da senhora Rose do quinto andar. Nunca havia reparado no quão ela gostava de animais, talvez devesse dar um gato á ela, parece que ela gosta da companhia da espécie.

— Bom dia! — Exclamei enquanto caminhava em direção a varanda, ela parou de acariciar o felino e me encarou, em rosto, havia a mesma expressão de sempre, ela demonstrava dor, não era mais a mulher que eu conhecia.

— Bom dia, tem café na cozinha. — Ela disse.

— Vou tomar café com Ryan, ele disse que precisa conversar comigo. — Murmurei.

— Ah, tudo bem. — Respondeu, havia tristeza em suas palavras, precisava arrumar mais tempo para ela, mas é difícil conciliar todas as minhas atividades e arrumar um pouco de tempo para ela. Deixei a varanda, dei um último suspiro antes de deixar o apartamento, fiz todo o percurso para deixar o prédio.
    Ao sair do prédio, já era notável o grande movimento pelas ruas, haviam muitos turistas, deveria estar acontecendo um grande evento na cidade, andei ociosamente pelas ruas, não queria chegar antes de Ryan e ter que esperar por ele, ele é  um especialista quando o assunto  atrasar para seus compromissos. A Cada passo que eu dava, buscava diminuir ainda mais minha velocidade, a todo momento avistava pessoas tropeçando uma nas outras, aquela era uma das coisas que mais odiava em Nova Iorque, o tumulto de pessoas todos os dias, todas as horas.
   De longe avistei o café preferido de Ryan, vi pela vitrine que ele já estava lá, aquilo era um colírio para meus olhos, não precisaria me preocupar em espera-lo. Apressei meus passos, e alcancei o café, ao adentrar, vi Ryan levantar sua cabeça com seu sorriso esbranquiçado estampado no rosto, me aproximei da mesa e sentei. Ryan quebrou o silêncio entre nós.

— Já fiz o pedido, pedi os seus bolinhos e seu capuccino, do jeito que você gosta. — Murmurou ele segurando o riso.

— Obrigada, vá direto ao ponto, não tô muito afim de dialogar hoje. — Disse com sarcasmo. Uma risada baixa e suave escapou de seus lábios.

— Como está Miranda? — Perguntou ele enquanto brincava com a manga de seu moletom.

— Ela está melhorando. — Fiz uma breve pausa. — Eu acho. — Continuei.

— Sinto muito que as coisas tenham que ser assim. — Ele sussurou enquanto tentava me reconfortar com suas palavras.

— Não se preocupe Ryan, ela vai ficar bem. — Menti pra mim mesma.

— Gostaria de vê-la — Ele disse.

— Quando quiser, basta ir até lá! — Falei enquanto arrumava um mecha de cabelo que estava em meu rosto. 
   O silêncio predomínou o ambiente, no rosto de Ryan era notável a expressão de tristeza e angústia.
Uma jovem de cabelos curtos negros, interrompeu nosso silêncio, deixando sobre a mesa o que Ryan havia pedido, e deixando o ele havia pedido para mim.  Quando ela deixou a mesa Ryan me encarou.

— Acho que agora podemos tratar de negócios. — Ele sussurou.

— Acho ótimo. — Disse enquanto mordia um dos bolinhos que ele havia pedido. Ele bebericou um pouco da bebida que se encontrava em sua xícara e manteve seus olhos fixos em mim.

— Adam me procurou depois que você foi embora. — Falou Ryan com seu sorriso sexy e diabólico estampado em seus lábios.

— E qual minha relação com isso? — Perguntei a ele.

— Ele quer você como “acompanhante” dele. — Ele sussurou como se fosse algum crime todo aquele evento.

— Não irei aceitar. — Falei, sabia exatamente que o risco de  me meter com caras como Adam e Ryan, caras como ele só queriam torrar sei dinheiro com coisas toscas e garotas, e me envolver profissionalmente com Adam me traria problemas, poderia desenvolver sentimentos por ele, e a hora que ele se cansassem de mim, todos os meus sentimentos seriam jogados em uma vala.

— Ele está oferecendo mais do que eu posso lhe pagar Melina, é tolice não aceitar. — Ele falou entre suspiros.
Bebi um pouco de meu café enquanto mantinha meus pensamentos esperssos nas palavras de Ryan. Não seria correto aceitar, mas negar, parecia realmente tolice, tudo estava uma verdadeira bagunça em minha cabeça, nada funcionava direito, não sabia o que responder a Ryan, tudo parecia tão errado, mas ao mesmo parecia tão certo, afinal, o que havia de errado em concordar sair com alguém por dinheiro? Não é como se eu fosse me prostituir, não é como trocar dinheiro por sexo, apenas irei cobrar um preço por ouvi-lo, seria como se eu fosse sua psicóloga, ou algo do tipo, poderia ser uma experiência interessante, mesmo tendo uma ideia clara do que queria, tudo estava tão engraçado, como posso comparar o que irei fazer com o que um psicólogo faz?

— Mel?! — Chamou Ryan em um tom assustador. — Eu ainda estou aqui.

— Desculpe, mas acho que preciso de um tempo para tomar uma decisão Ryan, não é algo que eu possa fazer sem colocar em um papel todos os prós e contras. — Resmunguei enquanto voltava a realidade.

— Bom, vai ser uma pena se você recusar, estaria me contrariado, já que eu falei para ele que você aceitava. — Sussurou ele com seu sorriso nos lábios.

— Você não seria capaz de fazer isso, né Ryan? — Perguntei enquanto sentia uma gota de suor descer por meu rosto.

— Você não imagina do que eu sou capaz de fazer por você Melina. — Respondeu ele enquanto dava uma piscadela para mim.