A Path Of Difficulties

Panic

— O quê?...

Abro meus olhos com dificuldade, me virando para olhar o despertador. Cinco da manhã? Ainda? Que péssima noite...

Me levanto da cama, ainda sonolento por causa da noite passada. Hoje é... Segunda? Merda, aula. Será que o John faltará hoje? Se sim, a culpa é minha?

Por que eu estou pensando nele? Eu não deveria me preocupar com esse tipo de coisa.

Tenho que parar de pensar nele, e de incomodá-lo...

"Não me procure mais... e não se meta na minha vida."

Foi a última coisa que ele me disse. Me sentei na cama e olhei meu celular, as mensagens foram lidas, mas...

Sem resposta.

Eu devo ter dito algo errado, feito algo errado, não sei... Deito de novo, me virando e revirando varias vezes, na tentativa de dormir, mas foi falho.

— Que saco... — resmunguei, me levantando.

Fui até meu guarda roupa e peguei uma roupa de academia, me troquei, e, em seguida, fui caminhar. Deixei um recado antes de sair, não posso deixar minha mãe e minha avó preocupadas, peguei minhas chaves e saí.

Fiz minha rota de sempre, algumas varias voltas nos quarteirões vizinhos, dando uma passada num parque próximo, extremamente lindo, que minha mãe me leva desde que eu era pequeno.

Sentei em um banco perto do playground, lembrando dos bons momentos, quando tudo era mais simples... Coisa que John não é nem um pouco.

Rodando e rodando na minha mente, mal percebi que já estava pensando naquele cabeça dura de novo. Dei leves socos na minha cabeça com as duas mãos, por conta do stress.

— Nãooooo pense neleeee. — resmunguei comigo mesmo.

Levantei e fiz o caminho de volta, tentando — falsamente — não pensar em meu "querido" amigo. Parece que quanto mais tento bloqueá-lo da minha cabeça, mais ele continua nela.

— Aaarrghh! — Falo, parando e bagunçando meu cabelo — John é tão... tão... — me calei um pouco, até pensar melhor — TÃO COMPLICADO, AAARGH! — berrei, sem prestar atenção em qual calçada eu estava.

Ah não.

— CALA A BOCA, VIADO. — disse a senhorita Solange, uma senhorinha super simpática de cinquenta e poucos anos.

Mas acho que ela não estava tão simpática hoje, por que me lançou uma sandália, e quaaaase acertou.

— ME DESCULPA SENHORA SOLANGE, ALIÁS, SUAS ROSAS E MARGARIDAS ESTÃO IMPECÁVEIS COMO SEMPRE! — respondi, tentando acalmar a fúria daquela mulher, santo Deus!

— HM, OBRIGADA!

Eu amo essa mulher, sério. Depois de alguns minutos, cheguei em casa. Já conseguia ouvir minha mãe e a Jéssica conversando na cozinha.

— Ahi le dije a Carla dejar de robar mis recetas de pastel, ¿y sabe lo que ella dijo? ¡Ella simplesmente mandó ir a lá mierda! — falou, indignada enquanto mexia a panela de forma brusca.

— Aham... — Jéssica só olhava para o celular, nem prestava atenção para o que minha mãe dizia.

Desvio da entrada da cozinha lentamente, sem fazer um barulho se quer, não quero que elas percebam que eu cheguei... se não...

— ¡Mi Xuxuzinho! ¿Adónde va? — Falou indo em minha direção e me puxando para dentro da cozinha, minha mãe sabe falar em inglês, mas fala em espanhol, por causa da minha avó e por ser a língua de origem dela — ¡Usted tiene que comer algo! ¡Mira cómo está delgada!