Capítulo DOZE

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Ouvi os latidos de Donald assim que coloquei a chave na porta. O apartamento de Luke era um pouco menor então ele sempre ficava mais agitado quando estava lá. Abri a porta e Donald começou a pular na minha perna. Talvez quisesse dar um passeio. Estava trancado há muito tempo.

-Ei, você quer passear garotão?

E então ao invés de ficar chorando e me martirizando por não ter chance de finalmente viver com o homem da minha vida, fui fazer o mesmo que ele disse estar fazendo. Segui a minha vida.

Troquei de roupa rapidamente e depois de prender Donald na coleira levei –o para passear. Consegui me manter em pé nas duas horas seguintes. Depois do passeio arrumei uma mala com algumas roupas, eu não sabia para onde iria, mas assim que algum lugar surgisse iria sem pensar duas vezes. Tirar uma semana ou duas para respirar e depois voltar para a correria, arrumar um emprego e começar tudo novamente.

Por volta do meio dia liguei para Luke.

- Está no almoço? – Perguntei quando ele atendeu no segundo toque.

- Sim, acabei de sair. Aconteceu alguma coisa?

- Pedi demissão.

E então eu contei tudo o que tinha acontecido. Todos os sentimentos ruins voltarão à tona e quando terminei estava um desastre novamente.

-Quer que eu vá para casa? Você não tem que ficar sozinha...

-Não eu só precisava desabafar. Quero muito achar um lugar para passar a semana e me desligar do Victor, da minha vida. Vou procurar alguma coisa na internet, um hotel bem afastado, não sei.

- Lembra do tio João e tia Agnes?

- Lembro, o que tem eles?

- Às vezes falo com o Bruno, nosso primo, pelo Zap. Porque você não pede para o tio João te abrigar por um tempo na casa dele?

- Em Penedo? Não é má ideia, eu tenho o telefone da Julia, posso falar com ela.

-Ok, então quando eu chegar em casa falamos melhor. Tenho que ir Jenny e de verdade eu sinto muito por tudo isso que você está passando. Eu queria sair correndo daqui pra te abraçar.

- Você é um irmão maravilhoso sabia?

- Eu sei, não existe irmão melhor que eu. Foram anos de treino.

Apesar das lágrimas ainda nos meus olhos, sorri. Eu amava tanto aquele doido que doía só de pensar o que seria da minha vida se ele não existisse. Procurei pelo número da minha prima, mas era inexistente. Ela devia tê-lo mudado então a única saída era ligar para tia Jô já que meu tio era seu irmão e sei que eles ainda mantinham contato. Liguei para tia Jô e tive que contar que eu tinha saído do emprego e que não estava mais com Victor. Ela chorou junto comigo no telefone e disse que estava vindo me ver.

- Não precisa tia, eu estou bem. Queria mesmo saber se a senhora tem o telefone do tio João.

-Tenho sim. Te passo o telefone assim que chegar aí.

-Tia... – Eu digo, mas ela fingiu não escutar e falou:

- Já estou chegando. Beijo.

Meia hora depois eu estava mais calma e livre das lágrimas, temporariamente. A campainha tocou, quando atendi minha tia se jogou em meus braços e ficou ali por vários segundos. Não reclamei, eu realmente precisava de um abraço bem apertado e demorado. Meu irmão estava no trabalho, Wagner, mesmo me ajudando, não era um abraço tão familiar como o da minha tia. Ela estava com roupa de academia, então acho que devia ter saído direto do trabalho.

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 28, 2016 ⏰

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