O Pequeno Hospedeiro

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Olá!

Meu nome é Zacharias.

Minha mãe me deu esse nome por causa de um anjo!

Ela tem um fascínio por anjos.

Eu costumava ter uma vida normal, você sabe ir à escola, conversar com meus amigos e assistir meus filmes favoritos.

Meu filme favorito sempre foi O Corcunda de Notre Dame da Disney.

E eu costumava jogar os jogos do PC no computador do meu pai.

Minha vida era boa até minha avó malvada vir morar conosco.

Ela me tirou do meu próprio quarto e tomou para si mesma.

Eu tive que dormir no sótão.

E quando eu queria assistir a TV, ela entrava na sala batendo a bengala no chão e tomava o controle das minhas mãos e ordenava que eu saísse de lá.

Houve uma noite em que meus pais e eu estávamos jantando.

Ela começou a cutucar minha perna esquerda com o garfo e, quando minha mãe me perguntou se havia algo errado, não consegui responder.

Ela me ameaçava que; se eu ousasse a contar aos meus pais tudo o que ela estava fazendo comigo, acabaria comigo de uma vez só.

Comecei a sentir-me deprimido e abandonado.

E também pensava que meus pais não se importam mais comigo.

Então comecei a me isolar de todos.

Eu só contava tudo aos meus amigos na escola que prometiam guardar segredos.

Uma amiga me deu um caderno de capa azul e me disse que eu podia escrever um diário.

Toda vez que minha avó veio e começou a fazer algo mal comigo, escrevia no meu diário.

Para poder desabafar.

Mas houve um dia em que ela bateu forte na minha cabeça depois que eu cheguei da escola.

Quando desmaiei de dor extrema, pude ver meu próprio corpo caído no chão.

Minha avó estava destruindo meu diário, página por página, e o queimou na lareira.

Minha única fonte de consolo de todo aquele sofrimento que ela me causava.

E depois disso, ela pegou meu corpo e o escondeu embaixo da minha cama no sótão.

Eu tentava gritar para os meus pais o que tinha acontecido depois que eles voltaram para casa.

Mas eles não conseguiam me ouvir.

Também não conseguiam me ver quando acenava ou dava uns pulinhos.

E quando eu tentava pegar alguma coisa, minha mão atravessava, me impedindo de ter alguma chance de chamar a atenção deles.

De fato, estavam tão preocupados comigo e pensavam na possibilidade de que eu tinha sido sequestrado.

Mas minha avó começou a dizer que eu na verdade estava na casa dos meus amigos jogando aqueles milhares de jogos violentos com eles.

Meus pais então ligaram para a polícia e imploravam que me encontrassem aonde quer que eu estivesse.

Eu me sentia tão abandonado e ao mesmo tempo ignorado que saí procurando por outro lugar,onde me sentiria confortável.

Depois de caminhar muito, eu encontrei uma casa onde uma garota estava assistindo meu filme favorito da Disney em sua TV.

Eu me aconcheguei, sentando em seu colo.

O Pequeno HospedeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora