Destinos - Fillie

Raiva, fulga e gravidez

Millie estava sem palavras, sem reação. Olhou para sua mãe. Os olhos marejados por lembrar de um momento tão cruel.

— Mãe... de-esculpe. Não foi minha intenção...

— Está tudo bem, querida. Ficou no passado.

— Ele é um monstro! — Millie falou abalada.

— Quando cheguei naquela torre e vi sua mãe jogada no chão... me senti o pior ser humano do mundo.

Flashback on

Modine retirou o feitiço quando saiu de cima de Winona, mas a mesma não tinha forças para se erguer.

O sorriso em seu rosto demonstrava que ele não enxergava nada de errado no que tinha feito. Porém, tinha consciência de que a partir do momento que Winona contasse, ele seria expulso e possivelmente preso. Precisava agir.

— Boa, noite! — disse cínico para David quando o viu subindo as escadas que levavam até a torre.

— O que você estava fazendo lá em cima? — Modine não respondeu, tornou a sorrir de forma esquisita e se retirou.

David o olhou desconfiado, mas não insistiu na pergunta.

— Winona, me desculpe pela demora. Meus pais... — David se interrompeu ao ver a cena em sua frente.

Correu até sua amada e a pegou pelos braços.

— Winona! O que aconteceu?!

Winona o fitou, as lágrimas escorrendo por suas bochechas como cascatas. David finalmente pareceu ligar os pontos. Vestido embolado, resquícios de sangue por entre as coxas...

— Modine não... ele... — David não sabia as palavras certas. — Foi ele?

Winona afirmou com um vago aceno de cabeça e a apoiou no peito de David. Ali terminou de desabar.

Uma raiva inexplicável surgiu em David.

— Vamos, você precisa sair daqui. — ajudou Winona a levantar e a levou o mais rápido que pode para a enfermaria.

— O que aconteceu? — Cecília, a enfermeira, perguntou assim que Winona se sentou em uma das camas.

— Cuide dela, e não a deixe sair. — David disse ríspido antes de se virar em direção a porta.

— O que você vai fazer? — a voz de Winona finalmente soou.

— O que já deveria ter feito há muito tempo.

David saiu às pressas para o dormitório masculino, Modine ficava no quarto ao lado.

— Seu desgraçado! — disse empurrando a porta com raiva, já com sua varinha em mãos.

— David? O que está fazendo? — Francis, um dos colegas de quarto, perguntou atordoado.

— Cadê o Modine? Me diga onde ele está agora! — apontou sua varinha.

— Calma! Eu não sei onde ele está! — disse depressa. — Ele veio aqui, colou umas roupas em uma mochila e saiu.

— Saiu?

David saiu correndo para chegar até a entrada do castelo. Avistou seus pais indo em direção a enfermaria.

— David! Onde está indo? — conseguiu escutar a voz de sua mãe, mas não parou de correr. Sabia que eles tentariam pará-lo.